Nesta nota técnica, foram analisados os dados oficiais de desmatamento do bioma Amazônia referentes ao período de agosto de 2020 a julho de 2024 (INPE, 2025). Por meio dessa análise, oferecemos um raio-X da redução do desmatamento na região, investigando as tendências de conversão florestal nos nove estados que fazem parte do bioma e nas principais categorias fundiárias de uso público e privado.
Destaques
- Entre 2022 e 2024, o desmatamento caiu 51% (–6.402 km²), atingindo em 2024 o menor valor da série recente (6.075 km²).
- Pará (–2.273 km²; 36%) e Amazonas (–1.938 km²; 30%) responderam juntos por 66% da redução total. Rondônia (–1.071 km²), Mato Grosso (–706 km²) e Acre (–595 km²) também tiveram quedas expressivas.
- Roraima, Amapá e Maranhão foram os únicos Estados a apresentar aumento do desmatamento no bioma de 2022 para 2024.
- As Florestas Públicas Não Destinadas (FPNDs) concentraram a maior redução (–2.371 km²; 37%), seguidas por assentamentos (–1.286 km²; 20%) e imóveis rurais (–1.160 km²; 18%).
- A participação do desmatamento em terras públicas caiu de 54% (2021/2022) para 44% em 2024, indicando maior eficácia das ações de controle nessas áreas. Ainda assim, as FPNDs seguem como o maior foco de pressão (26% do total desmatado em 2024).
- Em 2024, imóveis rurais (34%) e assentamentos (21%) concentraram 55% do desmatamento total, reforçando a necessidade de governança fundiária e políticas específicas para territórios de uso privados.
- Todas as categorias apresentaram queda entre 2022 e 2024. Destaques percentuais: UCs (–72%), APAs (–73%), assentamentos (–50%), imóveis rurais (–36%) e Terras Indígenas (–26%).
- Apesar da redução, novas pressões surgem em regiões remotas, como o interior do Amazonas e o nordeste do Pará, exigindo estratégias adaptadas à nova geografia do desmatamento.