Por Nikole Cantoara
Para apoiar o desenvolvimento sustentável do Cerrado maranhense, IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e CDR (Comitê de Desenvolvimento Rural da microrregião de Chapadinha) realizaram, no dia 04 de junho, o III Seminário de Desenvolvimento Sustentável no município de Chapadinha no Maranhão por meio do Projeto Cadeias Sustentáveis promovido pela GIZ e Governo do Maranhão.
Cerca de 52 pessoas participaram do evento, entre representantes de instituições de pesquisa e ensino, secretarias estaduais e municipais de agricultura e meio ambiente, organizações não governamentais, estudantes, sindicatos, quebradeiras de coco, quilombolas e assentados.
Durante o seminário, foram compartilhadas iniciativas e ações que promovem fortalecimento e ampliação de paisagens produtivas e sustentáveis por meio de governança, capacitando os diferentes atores do território para a sustentabilidade de atividades agropecuárias e extrativistas da região. Organizado pelo IPAM e o CDR, o evento desenvolveu uma programação com inciativas de abordagem territorial com foco para a realidade do estado do Maranhão. Nesse contexto, foram compartilhadas experiências em diferentes níveis: no âmbito federal, a Política dos Territórios da Cidadania; no estadual, o Plano Estadual da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural Sustentável do Maranhão; e, em nível regional, o Pacto PCI da região de Balsas e o seu CAP – Centro de Apoio ao Produtor.
Por meio do diálogo, o seminário visou contribuir para a qualidade de vida sustentável e socioeconômica justa para agricultores familiares e extrativistas que estão presentes em 96% dos empreendimentos agropecuários da região.
A maior parte deles encontra-se em situação de vulnerabilidade social, são analfabetos ou não finalizaram o ensino fundamental, 85% se encontram em situação de pobreza e extrema pobreza, e apenas 3% possuem assistência técnica.
“O Seminário despertou o olhar do CDR de como outras iniciativas estão atuando nos seus territórios com a lógica da sustentabilidade, mostrando caminhos para a construção de uma jurisdição sustentável a partir da visão dos atores locais. Como instância de governança local, espaços como o CDR são valiosos para conhecer, articular, fortalecer e promover arranjos produtivos locais agrícolas com oportunidade de geração de renda e segurança alimentar e nutricional pautados na sustentabilidade”, diz Isabela Pires, pesquisadora do IPAM.
Segundo Jaqueline Oliveira Vaz, coordenadora suplente do CDR da microrregião de Chapadinha, a criação desse espaço de diálogo é fundamental para desenvolver arranjos produtivos locais focados na preservação.
“Essas discussões são cruciais para que a construção dessas ações seja mais assertiva e para que esse coletivo de atores tenham uma compreensão da realidade dos povos que vivem no território. Só então podemos ter um desenvolvimento ambiental, social e econômico em equilíbrio, para que haja um protagonismo dessas comunidades no território”, comenta Jaqueline.
De acordo com Arthur Soares Júnior, coordenador de Desenvolvimento Rural Sustentável da Argep (Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão), o evento trouxe a troca de conhecimento focado no desenvolvimento territorial, regional, social e econômico.
“A participação da AGERP no III Seminário do CDR reforça seu compromisso com o desenvolvimento territorial, alinhado à sua missão de fornecer assistência técnica e extensão rural aos agricultores familiares. O que permitiu o compartilhamento de experiência inovadora da Agência em desenvolvimento territorial com foco no atendimento aos agricultores familiares no processo de regularização ambiental”, relata Arthur.
Projeto Cadeias Sustentáveis
O III Seminário de Desenvolvimento Sustentável Territorial da região de Chapadinha foi promovido pelo Projeto Cadeias Sustentáveis, uma parceria entre IPAM, GIZ (Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável) e o governo do Maranhão. O objetivo da iniciativa é contribuir para o fortalecimento da estrutura de governança e a inclusão dos agricultores familiares e populações na agenda de agricultura sustentável e geração de renda.
*Estagiária de Comunicação