Mapa mostra impactos climáticos de um mundo 4°C mais quente

23 de outubro de 2009 | Notícias

out 23, 2009 | Notícias

Governo britânico lançou ontem (22/10), no Museu de Ciência de Londres, resultados de um estudo encomendado ao Met Office Hadley Centre, no qual são apresentados os principais impactos que seriam enfrentados ao redor do mundo caso não consigamos frear o aumento da temperatura em 2°C. O mapa destaca alguns dos impactos que podem ocorrer caso a temperatura média global aumente em 4°C acima dos níveis pré-industriais.

O estudo foi desenvolvido a partir de cenários de emissões feitos pelo IPCC. Com base no nível de emissão, os cientistas do Met Office e instituições parceiras fizeram projeções do aumento de temperatura da Terra e os efeitos que essa elevação causaria.

O trabalho mostra que uma média de 4°C de elevação da temperatura não irá se espalhar uniformemente pelo planeta. A terra irá se aquecer mais rapidamente que o mar, e as altas latitudes, particularmente o Ártico, terão elevações maiores de temperatura. A média da temperatura em terra será de 5,5°C acima dos níveis pré-industriais. O mapa destaca, ainda, os efeitos severos na oferta de água, produção agrícola, temperaturas extremas e seca, além do risco de incêndios florestais e elevação do nível do mar.

No Brasil, a temperatura aumentará entre 5°C no litoral e 8°C no interior do país. Isto aumenta o risco de incêndios florestais, que além de mais frequentes serão mais difíceis de controlar. As colheitas das plantações dos principais cereais das áreas de produção mundial irão decair. Além disso, haveria uma diminuição de até 70% nos reservatórios de água. Metade das geleiras do Himalaia será significantemente reduzida até 2050, o que levará 23% da população da China a ser privada da vital fonte de água do degelo durante a estação seca. Os impactos mostrados no mapa são apenas uma seleção daqueles que podem ocorrer.

O documento foi lançado por David Miliband, ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, e Ed Miliband, ministro de Energia e Mudanças Climáticas, juntamente com o cientista-chefe do Reino Unido, John Beddington. “Se as emissões continuarem nos níveis atuais, a média de temperatura global provavelmente irá crescer em 4°C até o fim deste século ou até bem mais cedo. A ciência nos mostra que teremos impactos amplos e severos em todas as partes do mundo, então precisamos agir agora para reduzir emissões e evitar as faltas de água e comida no futuro”, disse Vicky Pope, Chefe da área de Mudanças Climáticas do Met Office.

“Este mapa mostra que os riscos não poderiam ser mais altos nas negociações de Copenhague. Os cientistas ajudaram a ilustrar o efeito catastrófico que resultaram do fracasso de limitar o aquecimento global em 2°C. Com menos de 50 dias antes que um acordo seja feito, o Reino Unido está se esforçando para persuadir o mundo de que precisamos aumentar nossas ambições para que consigamos um acordo que nos proteja de um mundo de 4°C”, disse Ed Miliband.

David Miliband disse que “não podemos lidar com um mundo de 4°C. Este mapa ilustra claramente o desafio que enfrentamos hoje – as mudanças climáticas são um problema verdadeiramente global que precisa de uma solução global e é esta solução que temos nas mãos. Mas para lidar com o problema, todos nós – ministros das relações exteriores, do meio ambiente, da fazenda, de defesa, e todas as partes do governo e da sociedade – temos de trabalhar juntos para manter as temperaturas globais dentro dos 2°C. É apenas fazendo isso que poderemos minimizar os enormes riscos de segurança que um futuro mundo com 4°C representa.”

Saiba mais: www.metoffice.gov.uk/climatechange/guide/effects/

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