A produção orgânica é reconhecidamente importante para a segurança alimentar e nutricional da população e para a promoção de um modelo produtivo sustentável. Os produtos orgânicos são cada vez mais consumidos no Brasil. Em 2018, o mercado brasileiro de orgânicos foi de R$ 4 bilhões, e vem crescendo 25% ao ano desde 2015 (BRASIL, 2019; ORGANICSNET, 2018).
Na Amazônia, 60% dos produtos certificados orgânicos provém do extrativismo sustentável orgânico (BRASIL, 2019a), colaborando para a manutenção, consolidação e recuperação de florestas (Fundo Amazônia/GIZ, 2012). Apesar de representar 10% da produção orgânica certificada no Brasil (BRASIL, 2019a), a Amazônia ainda é pouco estudada em termos de produção, certificação e consumo de orgânicos.
Apesar de poucos estudos, observa-se que os estados amazônicos possuem importantes redes de orgânicos, responsáveis por Sistemas Participativos de Garantia (SPG), e pela organização de feiras, muitas vezes os principais canais de comercialização de produtos orgânicos na região. Elas têm enorme importância no abastecimento alimentar e na geração de emprego e renda por meio de cooperativas ou associações da agricultura familiar. Estima-se que no Acre, Amazonas, Amapá e Pará existem atualmente 78 feiras, que ocorrem com regularidade, sendo 37 no Pará, 28 no Acre, 8 no Amazonas e 5 no Amapá (BRASIL, 2015). Deste total, estima-se que cerca de 23 feiras comercializam produtos orgânicos (BRASIL, 2015).
Considerando a importância destes espaços de comercialização e seu potencial de fortalecer a agricultura familiar gerando benefícios socioeconômicos e ambientais, o Projeto Mercado Verde e Consumo Sustentável promoveu a presente pesquisa objetivando gerar subsídios para a definição de estratégias capazes de contribuir para mudanças nos padrões de produção e consumo na região. O estudo foi realizado em 5 (cinco) municípios amazônicos: Rio Branco-AC, Manaus -AM, Macapá-AP, Belém-PA e Santarém-PA.