Por Mariana Güths*
Os produtores de cacau em Medicilândia, no Pará, Miriam Federicci Vieira e Leomar Silva Vieira, receberam o prêmio “Cacao of excellence”, um selo de ouro de excelência mundial na produção de cacau, entregue por avaliação do CNQCE (Comitê Nacional de Qualidade de Cacau Especial) e do CIC (Centro de Inovação do Cacau).
Miriam e Leomar estão inscritos no projeto Sustenta e Inova há seis meses e foram indicados pela Associação Asmoca (Associação Monte Castelo). São uma das 250 famílias beneficiadas pela iniciativa, que tem como objetivo desenvolver e implementar práticas agrícolas sustentáveis e inovadoras.
O IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) é uma das organizações realizadoras do Sustenta e Inova, financiado pela União Europeia e coordenado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) no Pará.
A mãe de Miriam, Maria da Penha Feu Federicci, também é produtora de cacau e teve o acompanhamento do IPAM, de 2010 a 2011, na construção do viveiro em suas terras, além do plantio das mudas e da colheita.
Essa produção hoje é gerida pela filha e por Leomar. Os produtores receberam sementes híbridas da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) e, acompanhados pela Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará), avaliaram realizar um cruzamento. Foram encontrados apenas dois pés de cacau compatíveis: a nova semente, premiada e resultado desse processo, recebeu o nome de Alvorada e é exclusiva da plantação.
“Quando nos inscrevemos no concurso, enviamos duas amostras de 15 quilos de sementes, uma em meu nome e outra no do meu marido, isso em 2022. Então fomos selecionados entre os dez primeiros para o concurso nacional”, conta Miriam.
Na primeira fase do concurso, que ocorreu em Belém naquele ano, o casal recebeu o segundo lugar da melhor amêndoa de cacau nacional. Os três primeiros colocados foram enviados para a etapa internacional, que divulgou os premiados ao final de 2023: o cacau dos dois produtores ficou entre os 50 melhores do mundo, garantindo, assim, o selo de ouro.
Depois do reconhecimento, a produtora comenta possibilidades e próximos passos: “A expectativa está alta na nossa amêndoa, muitas pessoas dizem que é de grande qualidade. Esperamos mais e melhores propostas, já que o preço do cacau está alto e agora temos a certificação”, conclui Miriam.