Protegendo o Cerrado Brasileiro: Estratégias de Conservação e Ênfase da EUDR

4 de abril de 2025

abr 4, 2025

Patrícia F. Pinho, Olivia Zerbini Benin, Andrea S. Garcia, Isabel Castro, Rafaella Silvestrini, Dhemerson Conciani, Ariane de Almeida Rodrigues, Bibiana Garrido, Ane Alencar, Fernanda de Figueiredo Ribeiro e Paulo Moutinho.

Apesar da melhora significativa nos índices da Amazônia, o desmatamento do Cerrado segue alto em 2025, sendo influenciado diretamente por fatores internos e externos, como variações no preço de commodities e a migração da produção amazônica. A análise foi conduzida por pesquisadores do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e publicada no dia 3 de março no artigo “Protegendo o Cerrado Brasileiro: estratégias de conservação com ênfase na regulamentação europeia de produtos livres de desmatamento”.

Para reforçar a segurança jurídica e ambiental do bioma, o artigo defende o fortalecimento, em âmbito nacional e internacional, do PPCerrado (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Bioma Cerrado), que visa à redução das queimadas e à eliminação do desmatamento ilegal até 2030. Outras medidas sugeridas incluem o fortalecimento e estímulo à criação de RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural) no Cerrado, a recuperação de pastagens degradadas, a adoção de técnicas de intensificação da produção, a destinação de terras públicas para conservação e a implementação de programas de compensação pela preservação de áreas naturais no bioma, como o CONSERV.

Segundo os pesquisadores, a conservação do Cerrado também deverá enfrentar desafios impostos pelo cenário internacional, especialmente com a implementação de iniciativas como a EUDR (European Union Deforestation Regulation), nova lei antidesmatamento da União Europeia. O regulamento impede que países do bloco importem produtos considerados de alto risco de desmatamento, como soja, carne, café e madeira, caso sejam originários de áreas de floresta desmatadas legal ou ilegalmente a partir de 2021.

Entre 2000 e 2019, 85% da vegetação nativa perdida no Cerrado estava localizada em áreas não florestais, sendo que 91% da conversão de vegetação nativa para terras de cultivo de soja ocorreu nessas áreas. Mais da metade de todo o desmatamento do bioma neste período concentrou-se no Matopiba, região de fronteira agrícola voltada à exportação de commodities, que abrange municípios do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

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