Conferência do Clima começa com desafio de consolidar acordo

8 de novembro de 2016 | Notícias

nov 8, 2016 | Notícias

Começou ontem, em Marrakesh (Marrocos), a 22ª Conferência do Clima (COP22), e a primeira reunião dos cem países membros, até o momento, do Acordo de Paris, tratado internacional com o objetivo de controlar o aquecimento global e que entrou em vigor na sexta-feira (4).

Se no ano passado os olhos do mundo se voltaram à conferência realizada em Paris, neste ano a tendência é que pouca atenção seja dada, uma vez que a aderência ao acordo foi rápida. Isso não significa que essa conferência seja menos importante, pois há uma série de pontas soltas que ainda precisam ser alinhavadas.

Uma delas é em relação aos países que ainda não entraram no tratado: é preciso deixar uma porta aberta para sua participação, e por isso é provável que a primeira reunião das partes do acordo seja aberta em 2016 mas não encerrada neste ano.

Outra questão é buscar denominadores comuns aos planos de todos os países. Isso porque cada um submeteu um compromisso de redução de emissões baseado no que pode ou quer fazer, e com cálculos diferentes. Para se saber efetivamente qual é a contribuição de cada nação no controle do aquecimento global, essas discrepâncias precisam ser suavizadas.

“O tempo para reduzir as emissões encurtou e o desafio aumentou”, diz o diretor-executivo do IPAM, André Guimarães. “Temos de ser criativos e buscar soluções inovadoras para combater as mudanças climáticas, como o reforço a recuperar e manter florestas tropicais.”

Também há trabalho a fazer nas áreas de ajuda financeiras aos países em desenvolvimento, transparência de informações e adaptação às mudanças climáticas, entre outros.

Por fim, a eleição presidencial americana, que acontece hoje coloca uma certa tensão no ar neste início da COP22. Os Estados Unidos fazem parte do Acordo de Paris e o candidato republicano, Donald Trump, ameaça deixar o tratado caso seja eleito.

Na prática, dificilmente os americanos – os maiores emissores globais de gases estufa – poderiam deixar o processo nos próximos quatro anos. Porém, uma vitória republicana pode colocar o futuro do Acordo de Paris em suspensão.

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