Região MAP, 3 bilhões de toneladas de carbono, na COP

12 de dezembro de 2009 | Notícias

dez 12, 2009 | Notícias

Formada pelo Departamento de Madre de Dios (Peru), o Estado do Acre (Brasil) e o Departamento de Pando (Bolívia), a Região MAP tem aproximadamente de 310,000 km2, e, com menos de 8% desmatado, contém uma das maiores áreas florestais tropicais contínuas.

Elsa Mendoza, peruana de origem, representante da região e pesquisadora do IPAM, começou o evento trazendo à mesa uma carta-mensagem construída pela iniciativa tri-nacional especialmente para a COP.  Na carta, a região é contextualizada no cenário global climático: atualmente com mais de 3bilhões de toneladas de carbono, a região está em perigo de ser devastada por  inúmeras atividades que ocorrem com pouco ou nenhum planejamento e controle.  Tais atividades são:  desmate e queima de floresta para agropecuária, mineração aurífera aluvial, atividade madeireira ilegal, exploração de petróleo em territórios indígenas e áreas de proteção ambiental, megaprojetos de infra-estrutura rodoviária, hidroviária e energética.

Até 2005,  mais de 4.000Km² de florestas foram impactados por incêndios florestais nessa região. Estima-se que para o ano de 2030, o desmatamento ao longo das estradas provocará uma perda de aproximadamente 97.000km2 de cobertura florestal, um incremento de 4 vezes a atual área desmatada.

A Carta-Mensagem, que pode ser lida na íntegra pelo link, traz suas observações e recomendações concretas ao andamento das negociações do Clima.  Entre elas, destacamos:

1. A necessidade de uma perspectiva de desenvolvimento sustentável com governança ambiental, que passa pelo ordenamento territorial para o progresso humano baseado em florestas saudáveis.

2. O reconhecimento do valor da diversidade biológica e cultural nas mudanças climáticas.

3. Viabilização de um mecanismo de REDD com imprescindível: capacitação prévia da sociedade civil, especialmente organizações de base; avaliação dos impactos de mega-projetos regionais, assim como seus efeitos na aceleração do aquecimento global e na redução da biodiversidade e diversidade; compensação que leve em conta o papel histórico e contínuo daqueles que realmente fazem esforços para a conservação das florestas e redução do desmatamento.

A Carta foi assinada por mais de 130 representantes de povos indígenas, ribeirinhos, extrativistas, castanheiros, seringueiros, pequenos agricultores, empresários florestais, governos, universidades, institutos de pesquisa, ONGs e sociedade civil organizada da região MAP.

Com Elsa, participaram do evento Pedro Casanova, líder da Região “Madre de Dios”, do Peru, e José Maria Barbosa, secretário-geral do Conselho Nacional dos Seringueiros.  Assista o evento na íntegra pelo link.

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