Estudo divulgado nesta semana pela organização internacional Avoided Deforestation Partners (Parceiros do Desmatamento Evitado, em tradução livre) estima que a redução do desmatamento no Brasil poderia render entre R$ 260 bilhões e R$ 545 bilhões para o país até 2030. De acordo com o estudo, proteger as florestas no Brasil representa um “tremendo potencial” para desenvolver o setor agrícola no país.
A divulgação do estudo “Mais Florestas, Fazendas Melhores” ocorre depois que a mesma organização publicou pesquisa afirmando que a proteção de florestas tropicais do mundo poderia enriquecer agricultores dos Estados Unidos. O texto anterior, chamado “Fazendas Aqui, Florestas Lá”, foi citado no Brasil por parlamentares que defendem mudanças no Código Florestal, ainda em discussão na Câmara dos Deputados, em Brasília, e incentivou a polêmica entre ruralistas e ambientalistas sobre o tema.
De acordo com o novo estudo, que funciona como uma sequência do primeiro, “os ganhos para os EUA não significam perdas para o Brasil”. O texto afirma que a combinação de agricultura e preservação ambiental no Brasil pode render bilhões para o país por meio do mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd).
O aumento da receita na agricultura não dependente de desmatamento no Brasil seria entre R$ 99 bilhões e R$ 107 bilhões para produtores de soja e entre R$ 71 bilhões e R$ 78 bilhões para produtores de carne, segundo o estudo.
A pesquisa considerou uma redução gradual do desmatamento, que seria de 10% em 2012 e de 5% ao ano até 2030. A proteção das florestas não resultaria na falta de terras para agricultura no Brasil, segundo o estudo, porque o país tem “dezenas de milhões de hectares de terra degradada disponível para produção.”
Segundo o estudo, o lucro de produtores de soja e gado no Brasil também pode aumentar “substancialmente” com a redução do desmatamento. O texto diz que a proteção das florestas depende de iniciativas para melhorar o uso de terras já destinadas à agricultura.