Visando a promoção de justiça climática a povos indígenas que enfrentam os efeitos das mudanças do clima, o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e parceiros realizaram o ll Seminário de Justiça Climática para Proteção dos Direitos e Soberania dos Povos Originários em Brasília, nos dias 9 e 10 de dezembro.
Em parceria com o MPI (Ministério dos Povos Indígenas), EDF (Environmental Defense Fund) e ICS (Instituto Clima e Sociedade), contou com a presença de representantes do MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima), do MIR (Ministério de Igualdade Racial) e do CIMC (Comitê Indígena de Mudança Climática), estudantes indígenas e de outras organizações da sociedade civil e indígena. O encontro motivou o debate e revisão de políticas climáticas e como elas dialogam com as ações locais.
“A participação ampla de representantes de diversos setores que representam e apoiam as populações mais atingidas pelas mudanças do clima é essencial para o compartilhamento de informações e para a construção de conhecimento com vistas para a Conferência de Clima no Brasil ano que vem.”, afirmou Paula Guarido, pesquisadora do IPAM e coordenadora do CIMC.
Segundo Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM, os eventos climáticos extremos no ano de 2024 demonstram a urgência por soluções. Em sua participação no evento, destacou a relevância do seminário para a construção conjunta de políticas públicas efetivas com os povos indígenas.
Dinamam Tuxá, Coordenador Executivo da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), afirmou que as demarcações das terras indígenas nos últimos anos foram passos positivos, o que considera ponto central para conter as mudanças climáticas. “Estamos vivendo uma crise civilizatória e ambiental sem precedentes”, disse.
A mesa de abertura contou com a presença de Ceiça Pitaguary, secretária Nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena. “Além de olhar para a Amazônia, precisamos olhar para os outros biomas que estão intrinsecamente interligados”, reforçou.
Marcos Satuba, participante do evento, contou que sua aldeia possui várias medidas de adaptação climática, mas acredita não ser o suficiente “Acho que não temos que pensar apenas em nos adaptarmos. Precisamos enfrentar quem causa essas mudanças e integrar forças para que as medidas e os recursos sejam melhor distribuídos”, completou.