A instalação de uma nova usina termelétrica no Distrito Federal, a apenas 35 quilômetros do Congresso Nacional, representa um retrocesso ao optar pela forma mais poluente de geração de energia, avalia o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). O empreendimento viola as demandas atuais por geração de energia mais limpa e representa um violência contra a história da capital federal que, desde sua concepção, foi planejada para ser modelo de limpeza e modernidade.
Caso seja aprovada, a água do Rio Melchior, drenada para abastecer a usina, e o ar da capital brasileira, contaminado pela fumaça gerada, serão sacrificados em troca de benefícios mínimos para a produção de energia na cidade.
“Caras e altamente poluentes, as termelétricas seguem um modelo ultrapassado de produção energética. Se o crescimento de Brasília exige maior investimento na geração de eletricidade, esse financiamento deve ser direcionado a tecnologias renováveis, sustentáveis e ambientalmente responsáveis”, afirma André Guimarães, diretor executivo do IPAM.
A instalação da usina também representaria um grande retrocesso na qualidade de vida da população de Samambaia, região administrativa que receberia o empreendimento. A cidade, lar de mais de 232 mil pessoas, sofreria com um ar ainda mais poluído e temperaturas elevadas devido ao funcionamento da termelétrica.
“Como capital do Brasil, o Distrito Federal ocupa uma posição estratégica para liderar os esforços nacionais rumo à ampliação das energias renováveis e à substituição de modelos insustentáveis de produção. Para honrar seus compromissos com a democracia e a modernidade, a cidade deve abandonar de vez a alternativa mais poluente de geração de energia”, reforça Guimarães.