Dezesseis instituições de reconhecimento internacional, que atuam na área socioambiental, juntaram forças para criar o Portal Proteja (proteja.org), que oferece acesso gratuito a mais de 700 documentos, vídeos, fotos, infográficos e muito mais sobre as áreas protegidas brasileiras. A proposta reúne esforços para o desenvolvimento sustentável com a participação da sociedade civil organizada, das instituições públicas e governamentais e de toda a população.
O Portal Proteja apresenta um acervo robusto com estudos, análises e a situação ambiental na Amazônia, mas há informações sobre outros biomas – o próximo a ter mais conteúdo incorporado é a mata atlântica, e em curto e médio prazos são publicadas mais informações sobre todas as regiões do país. As publicações são disponibilizadas por instituições ligadas à área do meio ambiente e submetidas a uma análise técnico-científica que assegura a qualidade do material.
Informações encontradas pelas ferramentas de busca tradicionais nem sempre conduzem a conteúdo sério e consistente. “Essa realidade nos levou a criar um espaço em que informações provenientes de fontes confiáveis, aferidas por uma equipe de curadores, estejam disponíveis a qualquer interessado no tema de áreas protegidas”, observa a pesquisadora do IPAM Sylvia Mitraud, secretária executiva da iniciativa. “Nosso objetivo é tornar as informações disponíveis a escolas, universidades, organizações civis e governamentais, e às comunidades que vivem nessas áreas.”
O portal tem duas funções principais: criar o engajamento da sociedade para o apoio direto e indireto às ações de defesa, conservação e desenvolvimento sustentável das áreas protegidas do Brasil e promover a educação para a compreensão, valorização e apoio a esses territórios para que eles cumpram seus objetivos como áreas protegidas (manter a biodiversidade, prestar serviços ambientais, alcançar a integridade ecológica e constituir patrimônio sociocultural, entre outros).
A ideia de envolver a sociedade é destacada pela bióloga Fabiana Prado, do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), uma das entidades parceiras do Portal Proteja: “Acreditamos que a sociedade tem um papel estratégico na conservação da sociobiodiversidade e na mitigação das mudanças climáticas, e para isso ter acesso a informações confiáveis é essencial.”
Organizações de toda natureza, desde que legalmente constituídas, podem contribuir com o portal como fornecedoras de conteúdo nos diversos formatos, tais como publicações, vídeos, mapas, fotos, infográficos e outros materiais de interesse.
A iniciativa Proteja inclui a realização de debates inspirados no TED Talks para a discussão de temas relacionados a áreas protegidas com a participação de representantes de segmentos diversos e pontos de vista diferenciados. Batizado de Proteja Talks, o evento já teve duas edições e deverá repetir-se neste ano. Além disso, o Proteja pretende incentivar o diálogo e a partilha de experiências, e promover a atuação em rede em favor das áreas protegidas brasileiras.
O Proteja foi idealizado pelas organizações Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto Socioambiental (ISA) e Woods Hole Research Center (WHRC). O portal foi desenvolvido com o apoio da Fundação Gordon and Betty Moore e da Agência de Cooperação Alemã – GIZ.
Unidos pela conservação
A iniciativa conta com um time de parceiros que somam décadas de experiências e atuação em diversas frentes pela conservação nas áreas de proteção à fauna, à flora e aos povos tradicionais, manejo de recursos naturais ou investigações científicas de ponta. São elas: Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), Fundação Vitória Amazônica (FVA), Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Instituto Floresta Tropical (IFT), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Instituto de Pesquisas da Amazônia (Ipam), Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), Instituto Socioambiental (ISA), Associação de Defesa Etnoambiental (Kanindé), The Nature Conservancy (TNC), Wildlife Conservation Society (WCS) Brasil , Woodwell Climate Research Center e World Wild Fund for Nature (WWF) Brasil.