Plataforma do MMA para mudanças climáticas tem a contribuição do IPAM

11 de dezembro de 2017 | Notícias

dez 11, 2017 | Notícias

Recém-lançada, o Adapta Clima é uma plataforma sobre adaptação às mudanças climáticas elaborada pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com diversas instituições, entre elas, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM.

Em um dos conteúdos, a plataforma destaca o SOMAI como uma das principais ferramentas disponíveis para que os povos indígenas possam se planejar e enfrentar a realidade das mudanças que eles já sentem na prática em função das alterações no clima. Pensado como uma forma de colocar o SOMAI ainda mais próximo do dia a dia dos indígenas, o aplicativo “Alerta Clima Indígena”, disponível para download gratuito na Google Play, coloca na mão do usuário a possibilidade de monitorar o impacto de focos de calor, desmatamento e risco de seca nas Terras Indígenas da Amazônia brasileira.

O grande diferencial do Adapta Clima, na visão de Caroline Nóbrega, pesquisadora do IPAM, que participou das reuniões e discussões, é que o projeto foi um processo de construção coletiva e que permanece aberto a contribuições. “É muito positivo o SOMAI ser citado e reconhecido tanto no Adapta Clima quanto no Plano Nacional de Adaptação, o que mostra que está dando certo. O SOMAI é uma ferramenta poderosíssima para auxiliar nessa discussão e chegar a todos os públicos”, afirma Nóbrega.

No eixo de “Povos e Populações Vulneráveis”, a plataforma do MMA também cita o Comitê Indígena de Mudanças Climáticas (CIMC) como uma das instâncias ativas dos indígenas na incidência de políticas públicas em mudança do clima. Criado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), o comitê teve apoio direto do IPAM desde sua criação até a elaboração de materiais, articulações com outras entidades e realização de reuniões e oficinas.

Para Fernanda Bortolotto, coordenadora do núcleo indígena do IPAM, essa é mais uma oportunidade de integrar os sistemas desenvolvidos pelo IPAM com uma rede ainda maior e mais eficiente. E, além disso, dar visibilidade à participação dos povos indígenas na elaboração e implementação de ações de adaptação às mudanças do clima. “Combinando o conhecimento tradicional dos povos indígenas e o conhecimento técnico, é possível trabalhar em ações inovadoras de adaptação”, acredita Bortolotto.

Tanto na plataforma quanto no Plano Nacional de Adaptação, reconhece-se que os conhecimentos tradicionais, práticas culturais, padrões de ocupação territorial e sistemas próprios de manejo dos recursos ambientais adotados pelos povos indígenas têm historicamente promovido a conservação da biodiversidade e dos ciclos hidrológicos, a contenção do desmatamento, a manutenção do estoque de carbono florestal e a provisão de uma série de serviços ambientais importantes para a manutenção da estabilidade das condições climáticas.

Sobre a plataforma

O Adapta Clima busca oferecer informações de qualidade, atualizadas e confiáveis sobre mudança do clima e adaptação no Brasil. O objetivo é que pessoas e organizações, em estágios distintos, possam utilizar a ferramenta para levar a cabo suas estratégias de adaptação e tomar decisões com embasamento para a melhor capacidade adaptativa do grupo, empresa, população ou localidade em questão.

No total, são 14 temas e setores da agenda de adaptação, trazendo riscos, vulnerabilidades e medidas de adaptação. As publicações e ferramentas podem ser filtradas por região, setor, tema ou fase do ciclo de gestão e está disponível também um mapa interativo com dados climáticos e de vulnerabilidade e fichas analíticas por município na interface de dados.

Para facilitar a integração entre os diversos atores, é possível criar um perfil no AdaptaClima e, a partir dele, o usuário pode indicar conteúdos, avaliar o conteúdo disponível, disponibilizar seu contato, ter acesso a contatos de profissionais cadastrados, além de receber informes de acordo com os seus interesses.

O lançamento faz parte do esforço em atingir o primeiro objetivo do Plano Nacional de Adaptação, que prevê entre suas metas uma “plataforma online de gestão do conhecimento em adaptação criada e disponível à sociedade”.

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