É com imenso pesar que lamentamos a partida do cientista e ambientalista americano Thomas Lovejoy neste 25 de dezembro, aos 80 anos. Tom era presença constante em nossas conversas e planos, sempre trazendo sua imensa experiência e sagacidade para debates sobre o presente e o futuro da Amazônia.
Ele é mundialmente conhecido por ter ajudado a cunhar a expressão “diversidade biológica”, depois simplificada para biodiversidade. Essa é a expressão mais clara de seu peso para a ciência e para a conservação ambiental, para qual dedicou sua vida, com especial atenção para a Amazônia.
Biólogo formado na Universidade Yale, Tom conheceu a floresta pessoalmente em 1965, quando foi para Belém como parte do doutorado. “Foi como se eu tivesse morrido e ido para o paraíso”, contou para a Revista Pesquisa, da Fapesp, em 2015. Desde então, ele se dividiu entre o trabalho em campo, a academia e o ambiente político, construindo pontes entre o conhecimento e as pessoas que precisam ter acesso a ele.
Como diz o diretor-executivo do IPAM, André Guimarães, “Tom foi um advogado feroz da Amazônia, trafegando entre diferentes colorações políticas para lutar pela manutenção dessa imensa riqueza biológica”. Fez diversas contribuições para o entendimento da região, como o papel fundamental da floresta íntegra para a manutenção do sistema hídrico e os impactos do desmatamento e das mudanças climáticas, e formou mais de uma geração de cientistas na Amazônia.
Nos 26 anos de existência do IPAM, Tom se fez presente em muitos momentos, transmitindo lições e indicando caminhos possíveis para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Perdemos um amigo e um professor, mas manteremos seu gigantesco legado vivo.
Enviamos nossos profundos sentimentos de solidariedade aos familiares, amigos, alunos e colegas pela perda.