Governo do Pará institui a estratégia de bioeconomia de baixo carbono

20 de outubro de 2021 | Notícias

out 20, 2021 | Notícias

O governador do Pará, Helder Barbalho, e o secretário de Meio Ambiente do estado, Mauro O’de Almeida, assinaram na última segunda-feira o decreto que cria a Estratégia Estadual de Bioeconomia. O documento, cuja elaboração contou com o apoio do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), traça um caminho para a implementação de medidas focadas no desenvolvimento de uma economia paraense que tenha a floresta, a biodiversidade e a inclusão socioeconômica de baixo carbono.

Somado à estratégia, nos próximos 180 dias, o governo estadual, por meio da Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Semas), irá construir o Plano Estadual de Bioeconomia a partir de diálogos estabelecidos com diversos setores produtivos da região, como comunidades indígenas, quilombolas, extrativas, produtores rurais, empresários, dentre outros. O plano também faz parte da reorientação estratégica das cadeias produtivas paraense e busca valorizar a sociobiodiversidade amazônica.

Segundo a diretora adjunta de Políticas Públicas do IPAM, Gabriela Savian, que auxiliou na construção da estratégia, essa é “uma visão inovadora que reprograma as bases de ações táticas do estado para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, na qual a bioeconomia é parte da solução, pois utiliza técnicas e práticas de produção de comunidades tradicionais que têm um baixíssimo impacto ambiental.”

Para que o planejamento proposto seja eficaz, no entanto, Savian destaca a importância de valorizar as populações indígenas e de cadeias produtivas que se baseiam em soluções provenientes das florestas como, por exemplo, os sistemas de produção implementados por comunidades tradicionais e a agricultura familiar de baixo impacto ambiental.

A assinatura foi realizada no primeiro dia do Fórum Mundial de Economia, realizado em Belém e que se estende até amanhã (21/10). Além do Governador Helder Barbalho, o evento de criação da estratégia reuniu governadores da Amazônia Legal, representantes internacionais, empresários e cientistas.

Rumo à COP

O emprego de práticas baseadas na natureza como suporte para o desenvolvimento sustentável tem chamado a atenção do mercado internacional por sua capacidade de preservação e inclusão social. O tema será um dos debates centrais da COP26 (26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática), programada para ser realizada na cidade de Glasgow, na Escócia, entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro.

Olhar para a bioeconomia é fundamental na busca de uma cadeia sustentável de produção e no combate à degradação de florestas. Produtos e serviços mais sustentáveis, hoje, representam uma parcela importante que movimenta em grande escala a economia da região paraense, por exemplo. Pesquisa conduzida pelo BID (Banco Internacional de Desenvolvimento) em 2021 aponta que, sozinhas, as cadeias produtivas da sociobiodiversidade do Pará movimentaram em torno de R$ 5,4 bilhões em 2019 – número quase três vezes maior que o valor registrado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no mesmo período.



Este projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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