O IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), em parceria com a Fetacre (Federação de Trabalhadores na Agricultura do Estado do Acre), a Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Sema do Acre (Secretaria de Meio Ambiente), promoveu, nos municípios de Rodrigues Alves e Mâncio Lima, uma oficina de capacitação em Planejamento e Gestão Ambiental de Agroecossistemas do Imóvel Rural.
A iniciativa reuniu agricultores familiares e organizações de base da produção familiar (sindicatos, associações, cooperativas) de oito cidades do Acre, entre os dias 17 e 18 de fevereiro.
Com o intuito de apresentar ao público da agricultura familiar as possibilidades de recuperação de áreas degradadas com fins econômicos, e as vantagens do uso adequado dos recursos naturais, foram discutidos, durante os dois dias de oficina, instrumentos e alternativas viáveis à realidade local para a regularização da propriedade rural, sob o ponto de vista ambiental e produtivo.
Troca de informações
No âmbito das políticas públicas estaduais, técnicos da Sema falaram sobre as principais oportunidades que o PRA (Programa de Regularização Ambiental do Acre) traz aos produtores, dando ênfase ao desenvolvimento rural sustentável. Além disso, a Embrapa mostrou pesquisas e tecnologias voltadas para a agricultura familiar.
Segundo o engenheiro florestal da Sema Acre, André Pellicciotti, o acesso a essas informações estimula os produtores a procurarem novos caminhos para lidar com o solo e com a floresta. “E isso é fundamental para a sustentabilidade dos sistemas produtivos, em um processo de reincorporação de áreas degradadas e alteradas, na promoção e geração de emprego e renda, na segurança alimentar, na recomposição florestal de passivos ambientais, no agronegócio e na melhoria de vida das comunidades envolvidas”, explica.
A coordenadora regional do IPAM, Jarlene Gomes, endossa o discurso e diz que esses encontros auxiliam a direcionar estratégias de forma participativa e a buscar a melhor solução na execução local dos projetos. “Essa iniciativa qualifica a informação e gera conhecimento aos produtores, no que diz respeito ao entendimento das políticas púbicas e dos seus benefícios para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental de cada território”, afirmou.
Para Gomes, é essencial mobilizar sindicatos e associações de produtores rurais, organizações da sociedade civil e gestores governamentais, para constituir uma rede de apoio ao produtor rural no processo de inclusão de seu imóvel no PRA, uma vez que isso pode trazer a eles, geração de renda e segurança jurídica.
Sustentabilidade e lucro
Previstas na programação, produtores também visitaram pequenas propriedades que, com o manejo adequado do solo e com o uso de tecnologias de produção simples e acessível, conseguiram, de forma simultânea, gerar renda e recuperar suas áreas anteriormente degradadas. No Viveiro das Mudas, no município Mâncio Lima (AC), por exemplo, os participantes puderam observar o processo desde o plantio de mudas até os custos da produção e do sistema consorciado em pequena escala.
A oficina de Planejamento e Gestão Ambiental de Agroecossistemas de Imóveis Rurais faz parte das ações previstas pelo projeto NovaBov, desenvolvido pelo IPAM e parceiros. Além do Acre, essa iniciativa já ocorreu no Pará, capacitando mais de 370 produtores rurais.
Com informações de texto publicado originalmente na Agência Acre.