O IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) lamenta o assassinato de Paulo Paulino Guajajara nesta sexta-feira (1º), em conflito com madeireiros, na Terra Indígena Arariboia, no Maranhão. Outro líder, Laércio Souza Silva, está gravemente ferido, após uma emboscada de madeireiros aos indígenas. Depois do ataque, o governo do Maranhão enviou uma equipe para a região.
Os dois indígenas atacados eram parte do grupo autodenominado “Guardiões da Floresta”, que protege a terra indígena de constantes ameaças de invasão e retirada ilegal de madeira. Ali vivem mais de 5 mil indígenas de três etnias, incluindo um grupo isolado, os Awá, que evita o contato com outros povos. Os guardiões protegem a todos.
A TI está cercada de fazendas e é alvo permanente de pressão externa. Os conflitos se acumulam ano após ano: em 2015, por exemplo, mais da metade da terra foi queimada em um incêndio de origem criminosa. A tensão é crescente.
O IPAM repudia veementemente qualquer tentativa de ação contrária aos interesses indígenas.
Enviamos nossas mais sinceras condolências à família de Paulo Guajajara, e torcemos pela completa recuperação de Laércio. A violência deve ser contida e os direitos dos povos indígenas, respeitados, inclusive de gestão de seu território.