É com imensa tristeza que o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) recebe a notícia sobre a partida do poeta amazonense Thiago de Mello neste 14 de janeiro, aos 95 anos de idade. Um artista que fez de seus poemas e discursos uma exaltação às belezas da humanidade e da biodiversidade, traduzindo ao mundo a voz e a imensidão da floresta.
“Mello cantou e versou a Amazônia e o encanto da vida como poucos. ‘Faz escuro mas eu canto/ porque amanhã vai chegar’ nunca foi tão atual. O poeta se vai, mas seu talento deixa uma herança preciosa à história da poesia brasileira”, diz o diretor executivo do IPAM, André Guimarães.
Grande defensor da natureza, seus escritos abraçam a liberdade e o respeito à vida e à simplicidade. Em 2005, durante a Feira Internacional do Livro de Havana, Mello afirmou que para fazer algo pela humanidade “é preciso, em primeiro lugar, que cada um de nós tente persuadir pelo menos um companheiro, que cada um de nós faça qualquer coisa por este planeta Terra tão degradado”.
Sua principal obra, “Os Estatutos do Homem”, publicada logo após o início do regime militar de 1964, se tornou hino de uma geração no qual Mello declara sua oposição às atrocidades da época, utilizando, como era de seu costume, palavras que ressaltam o coletivo e a colaboração. “Fica decretado que agora vale a verdade./ agora vale a vida,/ e de mãos dadas,/ marcharemos todos pela vida verdadeira”, escreveu no Artigo 1º de seu histórico poema.
Enviamos nossos profundos sentimentos de solidariedade aos familiares e aos amigos pela perda.