Os objetivos do Plano Estadual de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) no estado de Mato Grosso (Plano ABC/MT) deverão ser revisados ainda este ano. O motivo, segundo Tatiana Dias de Brito, Fiscal Federal Agropecuário da Superintendência Federal de Agricultura de Mato Grosso (SFA/MT), é a falta de objetividade nas metas que foram estabelecidas. “Já se passaram quatro anos desde a elaboração das oficinas [de elaboração das metas]”, disse. Até o momento, a falta de recursos para as ações e carência de assistência especializada aos produtores rurais são apontados como os dois grandes gargalos no estado.
O plano de metas adotado pelo ABC em Mato Grosso está no relatório da oficina de trabalho realizada em 2011 para elaboração do Plano ABC/MT. Os termos focam a promoção das tecnologias do ABC e capacitação técnica. De acordo com Cecília Simões, pesquisadora do projeto Cenários para a Amazônia, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), é previsto para este ano um novo decreto que vai alterar o plano, mudando também a constituição do Grupo Gestor do Plano Estadual. O novo grupo ficará encarregado de escrever o novo plano de metas. “A expectativa é de que as organizações da sociedade civil possam participar a partir dessa reformulação”.
Recuperação de pastagens, integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), florestas plantadas e plantio direto são as tecnologias prioritárias para o estado. Entre elas, o destaque está na recuperação de pastagens e também a iLPF, que tem crescido entre os produtores mato-grossenses nos últimos anos. “A integração é uma ferramenta para acelerar a recuperação de pastagens”, ressaltou Simões.
Aquém do potencial
As metas propostas em 2011 focavam naquilo que seria a base para a adoção das novas tecnologias, capacitação e troca de informação. “No entanto, quase nada tem sido investido nesses setores”, afirmou Simões. Para ela, a implementação do plano no estado está aquém do seu potencial e ressalta a necessidade de capacitação e de monitoramento das atividades no estado.
A pesquisadora, que acompanha o desenvolvimento do ABC em Mato Grosso, explicou que ainda nos primeiros anos de discussão sobre o plano, o estado foi considerado já avançado em suas ações de elaboração e que, por isso, os recursos federais deveriam ir para regiões que necessitavam de mais apoio.