A Região Metropolitana de Belém (RMB) é tema do livro Aurá: comunidades & florestas, do Museu Paraense Emílio Goeldi. Organizada pelo pesquisador Pedro Lisboa, da Coordenação de Botânica do Museu, a obra reúne trabalhos científicos voltados para duas das comunidades tradicionais conhecidas como Porto da Ceasa e Nossa Senhora dos Navegantes, abordando-as sob os aspectos humano, ambiental e socioeconômico.
Financiado pelo Ministério da Justiça, o livro traz num relato os esforços científicos empreendidos pelo botânico Pedro Lisboa e sua equipe de trabalho. São mais de 200 páginas nas quais o especialista divulga as características dessas populações tradicionais por meio de textos ilustrados por mapas, gráficos e imagens do cotidiano dos ribeirinhos. É uma abordagem que valoriza as suas nuances ambientais, sociais, econômicas e culturais e alerta para os riscos da sua descaracterização, afirma o organizador na Apresentação da obra.
Na mesma seção, Pedro Lisboa diz que as comunidades tradicionais do Porto da Ceasa e Nossa Senhora dos Navegantes convivem com uma permanente ameaça de descaracterização, que só pode ser neutralizada pela valorização e conservação do patrimônio cultural onde elas estão inseridas (florestas e rios) e pela valorização cultural do seu modo de vida.
A despeito de viverem na periferia da RMB, sujeitas às influências do aglomerado urbano maior que as rodeiam, essas populações levam uma vida tipicamente rural, onde a influência maior é do ambiente natural que as cercam e não de elementos que compõem os cenários urbanos da capital, informa o organizador na Apresentação.