Jesus de Nazaré, uma história de ancestralidade e preservação

16 de outubro de 2023 | Notícias

out 16, 2023 | Notícias

Jesus de Nazaré Videira da Trindade nasceu em 13 de maio de 1966 e cresceu no Igarapé do Lago do Maracá – que flui a partir dos rios Maracá e Maracaí para o rio Amazonas. Mais tarde foi levado pelos pais para estudar em Macapá. Foi a partir de seus estudos que percebeu como as pessoas que viviam em sua região não tinham oportunidades e conhecimento para lutar por seus direitos, motivo que o levou a se engajar em movimentos sociais.

Segundo ele, o entendimento sobre quem é e o seu papel no mundo surgiu a partir de uma atividade escolar em que precisava desenhar a sua árvore genealógica. Com o apoio da mãe, dos irmãos e dos tios, entendeu que sua família descendia de pessoas que foram escravizadas e tomou consciência de que sua missão era maior.

Atual presidente do Território Quilombola do Igarapé do Lago do Maracá, Jesus de Nazaré acredita na educação e no diálogo como fator de mudança. Por isso, não só incentiva que as comunidades conversem entre si e busquem informações, como estuda sobre temas relacionados ao meio ambiente e às mudanças climáticas para levar conhecimento àqueles que não têm acesso ou condições.

O líder quilombola também está envolvido em diversas lutas de sua comunidade: deu início a um protocolo de consulta e consentimento junto às Cáritas, brasileira e alemã, para que grandes empreendimentos e madeireiros não invadam territórios quilombola; e junto ao Ministério Público e ao ex-presidente do território, Nilton Conceição, evitou o plantio em 720 mil hectares em área próxima da nascente da região que flui pelas comunidades.

Jesus de Nazaré, que diz já perceber os impactos das mudanças climáticas em sua região,
acredita que toda a biodiversidade é como um espelho e questiona de que forma é possível interagir com a natureza, que tanto oferece para a sobrevivência de todos. “A partir desse ponto de interrogação, vamos buscando respostas. Assim como ela nos proporciona alimento e sobrevivência, nós também temos que preservar e cuidar dela”, afirma.

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