O IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) considera o acordo entre a União Europeia e Mercosul benéfico, mas alerta para a necessidade de atenção aos riscos que a nova relação entre os dois blocos pode trazer para o desmatamento e para a justiça social.
Para André Guimarães, diretor executivo do IPAM, o cenário atual é mais favorável do que há 25 anos, quando o acordo começou a ser desenhado, e que a tecnologia favorece um melhor monitoramento das ações danosas ao meio ambiente e uma conscientização da população dos dois blocos em função da emergência climática.
“Há uma percepção da sociedade dos dois lados do Atlântico de que desmatamento é algo negativo. Então, quaisquer ações dentro do acordo que promovam a destruição de florestas serão condenadas por esta sociedade.”
O IPAM avalia ser uma oportunidade para o Brasil e os países vizinhos para, por meio de uma maior cooperação internacional, conseguir mais acesso a investimentos para combater os efeitos das mudanças climáticas.
“O Acordo nos permitirá uma maior aproximação e cooperação com a UE e os países que a formam, para além do comércio. Tal aproximação também pode atrair mais investimentos para nossa bioeconomia e abrir mercados. Investimentos para nos adaptarmos também podem ser ampliados”, afirmou.