Evento discute papel dos estados amazônicos na redução das emissões de gases estufa

8 de dezembro de 2015 | COP 21, Notícias

dez 8, 2015 | COP 21, Notícias

O IPAM participou hoje de um evento paralelo durante a 21ª Conferência do Clima (COP 21), em Paris, em que representantes da sociedade civil e governos estaduais apresentaram medidas regionais de controle do desmatamento na Amazônia.

Na abertura, Steve Schwartzman, diretor do Environmental Defense Fund, comparou os estados amazônicos com o tamanho dos países. “Se cada um desses estados fosse uma nação independente, cada um teria feito uma contribuição impressionante no que se refere ao controle das emissões de gases estufa nos últimos anos.”

O governador do Mato Grosso, Pedro Taques, relembrou o pacote de medidas que lançou para controlar o desmatamento no Estado, após este ano apresentar um pico de 1.508 quilômetros quadrados de corte raso ali, o maior número desde 2008. Ontem, ele anunciou que o estado busca o desmatamento ilegal zero em cinco anos. “Precisamos incluir 716 assentamentos, que juntas têm 104 mil famílias. É preciso inclui-las com regularização fundiária, microcrédito e inclusão no mercado”, disse Taques.

O representante do governo do Pará, Justiniano Netto, afirmou que o controle do desmatamento regionalmente passa pela mudança de mentalidade, da predatória à voltada do desenvolvimento sustentável. “Cada vez mais a cadeia produtiva está hesitante em produzir com destruição florestal”, afirmou. “Agora precisamos avançar com incentivos econômicos e segurança jurídica que permita a formação de uma economia de baixo carbono.”

A diretora adjunta do IPAM, Andrea Azevedo, reforçou o papel do Código Florestal no controle da derrubada e, por consequência, no cumprimento dos compromissos brasileiros dentro da Convenção do Clima. “A implantação do Código é fundamental. Podemos chegar em 2020 com o desmatamento ilegal, e reduzir o desmatamento legal com as iniciativas econômicas que precisam ser feitas.”

Desmatamento zero

A ex-candidata à Presidência, Marina Silva, encerrou o evento destacando que os avanços obtidos no controle ao desmatamento na última década não podem ser perdidos neste momento. “A conjuntura política e econômica deixa tudo mais difícil. Mas sair de um patamar de 27 mil quilômetros quadrados e chegar a 5 mil km2 mostra que é possível sim chegar ao desmatamento zero”, disse Marina. Já em relação ao desmatamento ilegal, Marina afirma que a ilegalidade não pode ter prazo estendido para acabar.

Leia aqui o policy brief do IPAM sobre desmatamento zero.

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