Fazer com que os tomadores de decisão tirem o Código Florestal do papel e usem os incentivos econômicos previstos na lei é fundamental para que ela atinja seu objetivo. Pensando nisso, estudantes da Universidade de Chicago, dos Estados Unidos, e brasileiros estão analisando como estabelecer um mercado de cotas de reserva ambiental (CRA) em Mato Grosso para regular demanda e oferta, definir áreas com risco de desmatamento e que desempenham importantes funções ecológicas.
O estudo também irá mapear áreas desmatadas no estado que precisam ser urgentemente restauradas de acordo com variáveis ecológicas.
O trabalho faz parte de uma parceria entre a universidade, o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e o Woods Hole Research Center (WHRC). Em intercâmbio, os estudantes têm dois meses para desenvolverem a análise e a proposta de solução para problemas vistos na Amazônia.
“É preciso que eles tenham contato com a floresta amazônica para entenderem os problemas no chão e construírem recomendações”, afirma a pesquisadora do IPAM Raissa Guerra, uma das coordenadoras da iniciativa.
Como parte do curso, os alunos passaram uma semana na Fazenda Tanguro, em Querência (MT), onde o IPAM desenvolve experimentos científicos para compreender como gerar mudanças positivas, de grande escala, em um dos ecossistemas mais importantes e vulneráveis do mundo.
“É impressionante ver o impacto de cada experimento, o cotidiano dos pesquisadores e as perguntas que podem ser respondidas por meio das análises”, diz Mariana Botero, aluna de políticas públicas da Universidade de Chicago.
Este é o segundo ano de intercâmbio, uma oportunidade para alunos de pós-graduação estudarem os principais desafios da política ambiental no Brasil e criarem recomendações práticas para o governo brasileiro. O resultado do trabalho será apresentado em um seminário, em Brasília, em agosto.