As terras indígenas que inicialmente foram criadas com o objetivo de preservar a cultura e a estrutura social dos povos indígenas, atualmente, representam um papel de destaque na conservação da biodiversidade amazônica, assim como na estocagem de carbono, por evitarem as emissões potenciais associadas aos gases de efeito estufa. Além disso, estes territórios auxiliam na manutenção dos processos ecológicos e dos serviços ambientais prestados por esse ecossistema.
Atualmente, a Amazônia legal brasileira cobre aproximadamente 501,3 milhões de hectares abrigando um estoque de 49 bilhões de toneladas de carbono.(39) Estima-se que nas florestas contidas nos 101,5 milhões de hectares de territórios indígenas na região estejam estocados 12,9 bilhões de toneladas de carbono. Esses números refletem a importância do carbono estocado em territórios indígenas (26%) em relação ao carbono total estocado em área de floresta na Amazônia Legal Brasileira.
A densidade de carbono na Amazônia (toneladas de Carbono por hectare; tC/ha) em terras indígenas varia, dentre outros fatores, de acordo com as características da cobertura vegetal, tipo de solo e fatores climáticos. No mapa abaixo estão as densidades de carbono nos diferentes territórios indígenas as quais variam de 10 a 224 tC/ha.
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(39) Saatchi, S. S.; Houghton, R. A.; Dos Santos Alvala´, R. C.; Soares, Z. J. V.; Yu, Y. Distribution of aboveground live biomass in the Amazon basin. Global Change Biology 13, 816837. 2007