O total de emissões de gases de efeito estufa (GEE) das 27 empresas que fizeram parte do primeiro ano do Programa Brasileiro GHG Protocol foi de 85,2 milhões de toneldas de gás carbônico equivalente (CO2e) uma medida utilizada para comparar as emissões de vários GEE baseada no potencial de aquecimento global de cada um. As emissões desse grupo são referentes a 2008. Elas representam 3,8% daquilo que o Brasil emitiu no ano de 2005 ou 8,5% do que foi emitido no mesmo período, excetuando os gases estufa vindos do desmatamento e mudanças no uso do solo.
A empresa que mais emitiu GEE no ano passado foi a Petrobras, com cerca de 51 milhões de toneladas de CO2e. A Votorantim, com 18 milhões de CO2e emitidos ficou em segundo, seguida da Alcoa, com 2 milhões de CO2e. Os números constam do relatório divulgado hoje (9/10) em São Paulo durante o lançamento oficial do programa Empresas pelo Clima (EPC).
Do total das empresas do GHG, 11 já fazem parte do programa Empresas pelo Clima (EPC), a primeira plataforma empresarial permanente destinada a criar as bases regulatórias no processo de adaptação econômica às mudanças climáticas no País. O EPC é coordenado pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces). Ao aderir ao EPC, as empresas se comprometem a fazer inventários anuais das emissões de gases que afetam o clima a partir da metodologia definida pelo GHG Protocol.
Das 27 empresas que elaboraram seus inventários, 10 conseguiram cumprir todas as diretrizes do Programa Brasileiro GHG Protocol logo no primeiro ano. São elas: Alcoa, Ambev, Anglo American, CESP, CNEC, Embraer, Ford, Natura, Suzano Papel e Celulose e Votorantin. E apenas cinco das empresas optaram por não publicar seus dados neste ano. Mesmo assim, o total de emissões diretas dessas companhias já está computado no número global divulgado hoje.
Cultura de inventários
O GHG é uma iniciativa do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVces), em parceria com o Word Resources Institute (WRI) e apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável CEBDS e Conselho Mundial de Empresas para o Desenvolvimento Sustentável (WBSCD, na sigla em Inglês).
O objetivo do Programa GHG Protocol é instalar no país uma cultura permanente de inventários de emissões de Gases de Efeito Estufa corporativos. Os primeiros dados já começam a servir de parâmetro para as empresas elaborarem seus programas de gestão de GEE, uma prática que será cada vez mais exigida das companhias que quiserem se adaptar às novas exigências do mercado internacional, explica Roberto Strumpf, coordenador do programa.
Segundo ele, a iniciativa auxilia na identificação de oportunidades de implementar projetos de eficiência energética e/ou créditos de carbono, o que pode ser uma ótima chance de redução de custos.
Para o consumidor, a publicação destas informações ajuda a compreender a extensão do impacto climático destas empresas e isso possibilita a prática do consumo consciente, esclarece Juarez Campos, coordenador do núcleo de Sustentabilidade Global do GVCes. Ele explica que o cidadão poderá obter informações do total de emissões de uma empresa num dado ano, assim como a fonte dessas emissões dentro da empresa e a evolução das emissões através dos anos. A uniformização na metodologia de contabilização e a forma como os dados são relatados facilitam a comparação entre empresas do mesmo setor com relação às emissões de CO2e.
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