Nas últimas semanas, foi realizada uma série de três workshops on-line da iniciativa Diálogos Pró-Açaí, na qual participaram diversos atores integrantes dessa importante cadeia de valor. O objetivo era debater os desafios, as oportunidades, as perspectivas e as soluções para as agendas consideradas mais relevantes, como: de sustentabilidade; de gestão da informação; e de governança do setor.
O primeiro Workshop, cujo tema foi “Gestão da Informação”, tratou de questões relacionadas aos dados e informações essenciais da cadeia de valor do açaí; como organizá-los, disponibilizá-los e disseminá-los para os grupos interessados; e, ainda, como a iniciativa pode se organizar para levantar uma frente de gestão da informação de toda a cadeia.
Participantes trouxeram experiências importantes nessa temática, como Carlos Brito – Diretor de Sourcing da Frooty; Fábio Gobeth – assistente da presidência da Transportes Bertolini, Fernanda Stefani – sócia diretora da 100% Amazônia; e Rogério Corrêa – pesquisador do Inmetro e Responsável pela Plataforma Brasileira de Normas Voluntárias de Sustentabilidade.
Durante este primeiro encontro foi lançada a página Diálogos Pró-Açaí na web, a qual reúne diversas informações sobre a iniciativa, bem como publicações e notícias decorrentes dela.
Já o segundo Workshop teve como tema principal “Sustentabilidade” e foi responsável por abrigar as discussões sobre os requisitos para obter um açaí mais sustentável e qual o papel dos padrões de sustentabilidade neste contexto.
Esse workshop contou com as apresentações da coordenadora e pesquisadora do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), Erika Pinto; do gerente de projetos do Instituto Peabiru, Manoel Potiguar; do engenheiro florestal e assessor técnico da GIZ, Octavio Nogueira; e do pesquisador da Embrapa Cenargen e coordenador Nacional do Projeto Bem Diverso, Anderson Sevilha.
Também, durante esse segundo evento, foi apresentado o estudo “Padrões de sustentabilidade na cadeia do açaí”, pela Renata Guerreiro, consultora do Instituto Terroá.
O terceiro e último workshop virtual da série Diálogos Pró-Açaí teve como tema principal “Governança e Próximos Passos” e tratou de pontos relacionados à própria série Diálogos: como o setor pode continuar se articulando em uma agenda coletiva e fortalecer os grupos envolvidos; quais foram os resultados obtidos e alcançados até o momento; e quais serão os próximos passos.
Esse último workshop contou com as apresentações da coordenadora de relações institucionais da Coalizão Brasil Clima, Floresta e Agricultura, Laura Lamonica; do assessor técnico da GIZ, Octávio Nogueira; do coordenador da União para o Biocomércio Ético (UEBT) na América Latina, Ronaldo Freitas; e do consultor de sustentabilidade do Instituto Votorantim, Orlando Nastri Neto.
Além disso, o encontro também contou com as falas finais de membros da nossa rede de parcerias, como Carlos Brito (Frooty), Marco Pavarino (MAPA) Coordenador-geral de extrativismo no MAPA; Fábio Vailatti (Projeto RECA), Hervé Rogez (UFPA), Fábio Gobeth (Transportes Bertolini), Anderson Sevilha (Projeto Bem Diverso), Vitarque Coelho (MDR – Rota do Açaí), Erika Pinto (IPAM); Gunter Viteri (GIZ); Beatriz Luz (Exchange 4 Change); Alexandre Goulart (Conexsus).
Participaram dessa série de workshops 94 pessoas, de mais de 40 instituições diretamente ligadas a essa cadeia de valor da Amazônia, incluindo empreendimentos da agricultura familiar (cooperativas e associações), empresas compradoras e beneficiadoras de açaí, órgãos governamentais, instituições do terceiro setor, universidades e órgãos de pesquisa.
Cadeia do Açaí
A cadeia do açaí movimenta mais de US$ 720 milhões por ano no mundo, e tem como um dos maiores produtores o Brasil que gera aproximadamente 1,5 milhão de toneladas/ano.
O mercado tem se mostrado crescente, apresentando taxa de mais de 12% no período entre 2018-2025. Esse aumento do consumo é, em parte, muito atribuído ao caráter nutricional do fruto, que, por ser considerado um superalimento – pois contém elevado potencial antioxidante, já possui relevante valorização na indústria alimentícia, nutracêutica e cosmética.
A cadeia do açaí também traz importantes benefícios sociais, econômicos e ambientais para a Amazônia, pois beneficia em torno de 150 mil famílias de extrativistas e agricultores familiares, sendo a maioria delas organizadas em quase 200 empreendimentos comunitários (cooperativas e associações) na Amazônia. Estima-se que aproximadamente 300 mil pessoas estejam envolvidas nessa cadeia, entre produtores, batedeiras, industriais, varejos e serviços em geral.
Diálogos Pró-Açaí
Devido a importância da cadeia do açaí para a bioeconomia da Amazônia, o objetivo da iniciativa Diálogos Pró-Açaí é reforçar o diálogo técnico e político entre os atores inseridos nessa cadeia; apoiar parcerias estratégicas e cooperação; fortalecer o intercâmbio e troca de experiências; e, por fim, melhorar o ambiente de negócios e a sustentabilidade de toda a cadeia de valor do açaí.
A iniciativa começou a ser realizada em novembro de 2018 e até o momento, ocorreram diversos encontros intrasetoriais, como seminários e workshops, além de múltiplas conversas bilaterais entre os participantes e demais interessados.
O Diálogos Pró-Açaí é uma iniciativa do Projeto Mercados Verdes e Consumo Sustentável, em parceria com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e a GIZ (Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável), sendo conduzida pelo Instituto Terroá e pelo Consórcio Eco Consult/IPAM Amazônia, com apoio e cooperação dos projetos Projeto Private Business Action for Biodiversity (PBAB/GIZ), Projeto Bem Diverso (EMBRAPA/PNUD/GEF), Projeto Cadeias de Valor Sustentáveis (ICMBIO/USFS), da Plataforma Brasileira de Normas Voluntárias de Sustentabilidade, do INMETRO, do WWF-Brasil, e outros.
As informações são do Instituto Terroá. Leia aqui o texto original.