Cúpula dos líderes deve dar caminho para a ambição da COP30, destaca IPAM

6 de novembro de 2025 | COP30, Notícias

nov 6, 2025 | COP30, Notícias

Por Lucas Guaraldo*

Cúpula dos Líderes e alinhamentos pré-COP serão fundamentais para definir a ambição necessária para avançar temas e discussões centrais para a COP 30, realizada em Belém entre os dias 10 e 21 de novembro. Durante fala na abertura da Cúpula, André Guimarães, diretor executivo do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e Enviado Especial da Sociedade Civil para a COP30, a aplicação e exemplos bem-sucedidos do Brasil devem tornar o país um líder natural da reunião e incentivar acordos nas próximas semanas.

“Ou todo mundo está dentro ou vamos continuar tendo esse problema. O Brasil tem uma legitimidade enorme nessa questão. Somos o único país, dos 10 maiores emissores do planeta, que vai entrar nessa COP com uma redução provada, por conta da queda no desmatamento da Amazônia; dá uma legitimidade para puxar essa conversa.”

A Cúpula dos Líderes é uma reunião de líderes de Estado, ministros e enviados que ocorre antes da COP30, nos dias 6 e 7, em Belém, que adianta os debates centrais da conferência. A expectativa é que os tomadores de decisão alinhem os posicionamentos sobre temas como financiamento climático, combustíveis fósseis e compromissos climáticos, direcionando o trabalho dos negociadores e diplomatas durante as duas próximas semanas da COP em Belém.

Por parte do governo brasileiro, os principais temas tratados serão o apoio ao TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre), gestão integrada do fogo, combustíveis renováveis, justiça climática, mercado de carbono e ações climáticas centradas em pessoas. Ainda, os eixos temáticos estabelecidos pela presidência brasileira da COP30 definem a agricultura resiliente e sustentável, cidades resilientes às mudanças climáticas e gestão florestal como prioridades.

“A COP em Belém tem que dar certo. A maior expectativa desta Cúpula é aumentar a ambição dos líderes. Precisamos ter muito compromisso com as NDCs – Contribuição Nacionalmente Determinada –, alocar recursos para fazer a transição, valorizar as florestas em pé”, elenca André.

No momento, 72 países já publicaram suas NDCs para os próximos 5 anos, seguindo as normas do Acordo de Paris. Apesar das publicações responderem por 62% de todas as emissões globais, segundo levantamento da Climate Watch, as metas apresentadas representariam uma redução de apenas 3,2 gigatoneladas até 2030, enquanto o necessário para manter o aumento da temperatura média global abaixo dos 1,5°C seria necessário uma redução 9 vezes maior.

 

Jornalista do IPAM, lucas.itaborahy@ipam.org.br*

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