A cooperação multissetorial entre Brasil e China foi tema de evento no pavilhão do Consórcio da Amazônia Legal nesta segunda-feira (17), na Zona Azul da COP30. Durante a programação de dia inteiro, participaram especialistas e representantes dos governos nacionais e subnacionais dos dois países.
O evento foi uma realização do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) em parceria com o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, o Ministério de Ecologia e Meio Ambiente chinês e a ACEF (Federação Ambiental All-China, na tradução).
“Brasil e China são países muito importantes para direcionar a mudança ambiental no mundo. A principal mensagem do evento de hoje é aprender, compartilhar e identificar oportunidades para atuar juntos”, disse André Guimarães, diretor executivo do IPAM e enviado especial da presidência da COP30 para a sociedade civil.

Representantes das instituições organizadoras da atividade: IPAM, Ministério de Ecologia e Meio Ambiente da China, Consórcio da Amazônia Legal e Federação Ambiental All-China
“É uma grande honra nos somarmos a amigos do Brasil para discutir o desenvolvimento sustentável. No ano passado, celebramos os 50 anos da relação Brasil-China e a declaração conjunta de ambos os países para um futuro compartilhado oferece uma visão estratégica para a cooperação e a ação climática. Que este evento seja uma plataforma para o diálogo, reunindo pessoas para colaborações concretas na proteção de florestas, qualidade do ar, transição energética e agricultura”, afirmou Shidong Yan, diretor do Centro de Comunicação e Educação Ambiental do Ministério de Ecologia e Meio Ambiente da China.
Florestas e infraestrutura foram tema do primeiro painel do dia, que foi seguido de discussão sobre monitoramento da qualidade do ar e cidades verdes. Na parte da tarde, transição energética, agricultura e inteligência artificial permearam os debates.
A vice-governadora do Estado do Acre, Mailza Assis, participou do evento. “Brasil e China vêm construindo ao longo de cinco décadas uma relação baseada em confiança e propósitos comuns. Precisamos pensar juntos em soluções que unam desenvolvimento econômico, cooperação tecnológica. Neste contexto, a cooperação é indispensável para garantir a integridade da Amazônia e as pessoas que nela vivem”, comentou.
Marcello Brito, secretário-executivo do Consórcio da Amazônia Legal, lembrou que a China compra quase 30% das commodities exportadas pelo Brasil. “Em termos de números, a importância dessa parceria dispensa comentários. Mas para além disso, estamos falando da amizade de um país jovem, como o Brasil, com a China, que tem milhares de anos de experiência, conhecimento e cultura para compartilhar. Temos muito a aprender”.
Ni Yao, diretor do departamento de cooperação estratégica da ACEF, ressaltou que o evento reuniu “os países em desenvolvimento mais relevantes no contexto atual do planeta”. E antecipou: “Este ano a ACEF vai estabelecer cooperação estratégica com o IPAM. Queremos trabalhar junto com IPAM e todos os presentes para criar um futuro sustentável entre a humanidade e a natureza”.
O IPAM assina um memorando de entendimento com a federação ambiental All-China no próximo dia 19, no pavilhão da China na Zona Azul da COP30, a partir das 9h da manhã.

