O fogo consumiu cerca de 10 vezes mais área da Amazônia do que o desmatamento, entre janeiro e outubro deste ano, segundo o Monitor do Fogo, elaborado pela rede Mapbiomas, da qual o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) faz parte. Os dados foram divulgados durante a COP29, em Baku.
Foram 6,7 milhões de hectares de floresta que queimaram bioma Amazônia no período, contra 650 mil hectares desmatados, segundo dados do Prodes, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Ao todo, 73% do fogo no país em outubro foi na região amazônica. Além disso, 64% de tudo que foi queimado ocorreu em áreas de vegetação nativa – as florestas representaram 45%. No mesmo período do ano passado, os incêndios devastaram 717 mil hectares, ou seja, houve um aumento de 7,5 vezes em apenas um ano.
Para Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM, os dados praticamente anulam os esforços pela redução do desmatamento. “O impacto das mudanças climáticas mostra que as secas severas podem gerar esse cenário de incêndios, que tomou uma proporção alarmante”, afirmou.
Cenário nacional
Os incêndios consumiram 27,6 milhões de hectares em todo o Brasil – 55% na Amazônia ou 15 milhões de hectares. As áreas de pastagens representam 21% da área queimada ou 5,7 milhões de hectares – 4,9 milhões de hectares apenas na Amazônia, um aumento de 58%.
Por tipo vegetação nativa, florestas (6,7 milhões de hectares), Campos (1,6 milhão de hectares) e Savana (209 mil) foram queimadas. Na comparação entre 2023 e 2024, o fogo na Amazônia representava 21% do total, mas agora atinge 52% do total este ano.