O crescimento econômico da Amazônia alinhado à preservação do meio ambiente pautou o debate do painel “Sistemas Agroalimentares: cadeias produtivas sustentáveis, bioeconomia e inclusão produtiva”, ocorrido no Hub da Amazônia, na COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes.
A abertura do evento foi feita pela cantora Fafá de Belém, embaixadora do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), que, além de cantar, defendeu a independência do bioma amazônico para encontrar o caminho do crescimento. “A Amazonia somos nós. Sem nos ouvir, nada vai acontecer. Ela está na moda. Vamos aproveitar para ressaltar os nossos saberes, a nossa ancestralidade, o nosso sentimento”, declarou.
Eugênio Pantoja, diretor de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do IPAM, afirmou que a discussão sobre a mudança do clima tem como desafio debater as condições de alimentação no planeta. “Temos dois elementos importantes nessa discussão global econômica, ambiental e social: primeiro, o agronegócio, que sustenta nossa balança comercial e precisa ser desenvolvido de uma forma mais sustentável para alcançar mais mercados, principalmente para gerar segurança alimentar; e o segundo, é a Amazônia, o meio ambiente e o clima. Neste quebra-cabeça, saber mexer nessas pedras para que a gente possa se desenvolver mais é o desafio”, disse.
Governadores
Os estados da Amazônia buscam iniciativas para buscar o equilíbrio ambiental, social e econômico.
Helder Barbalho, governador do Pará e presidente do Consórcio da Amazônia Legal, afirmou que prepara a criação de um programa de agricultura regenerativa e que o Estado tem buscado conciliar o uso do solo. “Buscamos o cenário ideal: floresta, produção e cuidando de gente, para que não haja pressão pelo aspecto social”, enfatizou.
“A floresta é mantida em pé sob uma lógica econômica. Só é sustentável se manter a diversidade e poder gerar renda”, complementou Wilson Lima, governador do Amazonas.
O Amapá apresentou a proposta de Zona Franca Verde. “Passa a ideia de quem protege fica pobre. Temos que virar esse jogo. Mais do que medidas compensatórias, queremos modelos sustentáveis da Amazônia”, defendeu Clésio Luís, governador do Estado.
Mauro Mendes, governador do Mato Grosso, disse que é papel do Brasil entrar no debate mundial de segurança alimentar na perspectiva de pessoas. “Produção sustentável é necessária, mas dificilmente vai acontecer se não olhar para as quem vivem ali”, disse.
A bioeconomia também é vista como uma alternativa para favorecer o desenvolvimento da região. “Usar o açaí, o café, o cacau. A gente vem trabalhando nestas culturas para que os amazônidas possam sobreviver. Mas a gente quer viver bem e em harmonia”, disse Marcos Rocha, governador de Rondônia.
Os organismos internacionais reconhecem o Brasil como um ator chave para promover a sistema alimentares ambientalmente eficientes. Kaver Zehedi, diretor de mudanças climáticas, biodiversidade e meio ambiente da FAO (Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), afirma que o país tem a solução interna. “O Brasil tem sistema florestal, pecuária, pesca, mecanismos que garantem a segurança alimentar”, enfatizou.
Os sistemas alimentares são parte da solução das mudanças climáticas, segundo Gabriel Delgado, representante do Brasil no IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura). “Estamos convencidos de que a bioeconomia pode ser um eixo para a integração da Amazônia. Pensar que a solução da Amazônia tem que vir do bioma”, defendeu.
Os governadores Tiyu Uyunkar, de Morona Santiago (Equador); e Maurício Vila Dosal, de Yucatán (México) também apresentaram iniciativas de sistemas alimentares.
A íntegra do painel pode ser acompanhada no site: https://consorcioamazonialegal.portal.ap.gov.br/
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