O evento contou com a participação de aproximadamente 250 pessoas pertencentes a ONG´s ambientalistas, indígenas de diversas partes do mundo, organizações financeiras, representantes de governos e de diversos meios de comunicação, que se reuniram para conhecer mais sobre a posição dos povos indígenas amazônicos em relação à mudanças climáticas globais, REDD e as o que está sendo realizado pela instituição.
Como protagonistas do evento estavam presentes membros dirigentes da organização da COICA, Diego Escobar, Juan Carlos Jintiach e Charles Jean Auberic e dirigentes de diferentes organizações nacionais: Melva Hurtado da CIDOB – Bolivia, Leonardo Caicedo de OPIAC – Colombia, Tito Puanchir presidente de CONFENIAE – Equador, Sonia Boné Guajajara (Vice-coordenadora) e Lucio Flores ( Assessor) da COIAB – Brasil, Tony James presidente de APA – Guiana, Max Ooft de OIS – Suriname e Roberto Espinoza de AIDESEP Peru.
Durante a apresentação, os membros dirigentes da COICA fizeram uma explicação geral da instituição, seus objetivos e sobretudo da experiência de ter desenvolvido um processo de capacitação sobre mudanças climáticas em três organizações membros: CONFENIAE do Equador, OPIAC da Colômbia e CIDOB do Equador. Que contou com o apoio do The Woods Hole Research (WHRC) e participação do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Fundação Pachamama e outras ONG´s que contribuíram com os cursos de capacitação em Mudanças Climáticas e REDD.
O evento teve como convidados especiais a representante oficial do governo da Colômbia, Andrea García Guerrero, que destacou a importância de desenvolver este tipo de iniciativas e sobre a oportunidade que ela teve, durante o workshop, de interatuar com o movimento indígena do país e que tem o compromisso de apoiar a causa dos povos indígenas nas negociações.
Durante a sua fala Sonia Guajajara destacou: A expansão da fronteira agropecuária e as obras de infra-estrutura têm impactado diretamente a vida dos povos da floresta, provocando um desequilíbrio sócio-ambiental na região o que impossibilita um desenvolvimento sustentável da região e das populações que dependem dos recursos florestais. Comentou também, que os povos indígenas têm que ser inseridos em qualquer processo de negociação de REDD, e que para isso, devem ter em primeiro lugar, a garantia dos seus territórios e aos direitos previstos na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Declaração das Nações Unidas do Direito dos Povos Indígenas, como o direito à consulta e ao consentimento livre, prévio e informado e a dizer sim ou não à qualquer projeto de REDD planejado para ser realizado em seus territórios.
Finalizou dizendo que os povos indígenas da Amazônia brasileira são a favor da compensação por serviços ambientais, como por exemplo de REDD, contando que participem das discussões para que possam entender melhor o que está acontecendo nas negociações, garantindo assim os seus direitos e seu papel como verdadeiros guardiões das florestas tropicais.
Antes de se concluir as apresentações, foi apresentado um vídeo sobre Alberto Pizango, ex-presidente da AIDESEP Peru, exilado na Nicarágua devido a sua luta pelo movimento indígena peruano, complementado por declarações fortes de Roberto Espinoza sobre a necessidade iminente do reconhecimento dos direitos dos povos indígenas peruanos antes da implementação de qualquer estratégia de REDD no país.