Consórcio da Amazônia Legal lança estratégia COP30 apoiada pelo IPAM

13 de março de 2025 | Notícias

mar 13, 2025 | Notícias

Por Bibiana Alcântara Garrido*

 

O Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal lançou a sua estratégia para a COP30 nesta quarta (12), em Brasília, em evento fechado com governadores, autoridades e parceiros. Presente, o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) oferece suporte à entidade desde sua criação em 2019.

Mais de 70 pessoas participaram da cerimônia representando instituições apoiadoras, momento que evidenciou o papel dos Estados amazônicos no debate climático global. A atuação destes entes subnacionais ganhou projeção na política externa e tem o potencial de influenciar a agenda brasileira.

Desde a COP29, em Baku, a entidade trabalha na definição de prioridades para a região na COP30, alinhadas às diretrizes das Nações Unidas e da presidência da COP no Brasil. Os temas foram apresentados de forma a nortear as atividades do Consórcio rumo a Belém. São eles: uso da terra, sistemas alimentares, sistemas minerários, adaptação, financiamento, transição energética, conservação e justiça climática.

“Os eventos no Hub da Amazônia Legal estarão alinhados com os temas prioritários. E este ano, para a COP30, além do espaço na Blue Zone, nós teremos um espaço na Green Zone, porque nós não podemos deixar de falar com as pessoas”, anunciou Marcello Brito, secretário executivo do Consórcio. O escopo estratégico da entidade inclui destacar pessoas amazônidas e especialistas na programação, visando a internacionalização dos debates em busca de financiamento climático.

As agendas em comum entre os Estados amazônicos envolvem o controle do desmatamento ilegal zero e da degradação, ordenamento territorial, regularização fundiária e destinação de terras públicas. A transformação ecológica foi enfatizada no âmbito do reconhecimento do potencial econômico da floresta viva e saudável, mas também da valorização das populações amazônidas.

“É importante dizer que sem a Amazônia não há possibilidade de chegarmos até o final do século dentro do Acordo de Paris. A ciência sozinha não é capaz de promover a mudança necessária, porém, políticos e tomadores de decisão, sem ciência, certamente tomam caminhos equivocados. Portanto, a união do IPAM à agenda de políticas públicas do Consórcio é uma equação promissora para o clima e para as pessoas”, avaliou André Guimarães, diretor executivo do IPAM, durante o evento.

Há seis anos, o IPAM apoiou a organização do primeiro evento internacional com o Consórcio, o “Amazon Madrid”, durante a COP25 na Espanha. Articulou, ainda, o primeiro “side-event” em que os gestores subnacionais apresentaram políticas climáticas na área oficial da conferência. Em 2021, convidou a entidade para o espaço da sociedade civil na COP26, em Glasgow, promovendo o protagonismo amazônida na agenda climática global.

O secretário executivo do Consórcio reconheceu a parceria na abertura da solenidade na capital federal. “Gostaria de agradecer ao IPAM, na presença do diretor André Guimarães, que tem sido um parceiro importante para todos os Estados da Amazônia. Este é um trabalho que nós podemos chamar de multilateral, são muitas mãos”, disse.

Na ocasião, foi entregue aos convidados um documento com os principais resultados da COP29 e do Hub da Amazônia Legal. O sumário executivo conecta as ações e a consolidação da entidade no fórum internacional.

“Hoje, nós damos a largada para o protagonismo que a Amazônia e o Brasil querem na COP30. Seja pelo exemplo, porque o Brasil tem autoridade para isso, seja por casos de sucesso nos Estados, de valorização da floresta viva, de pagamentos por serviços ambientais e agendas que conciliam produção com conservação”, afirmou Helder Barbalho, governador do Estado do Pará e presidente do Consórcio.

Barbalho complementou: “Que possamos gerar uma forte articulação para aproveitar esta oportunidade. Não teremos outra nesta dimensão em nosso tempo e não podemos perdê-la. Podemos trabalhar juntos para que esta COP possa deixar um legado para a Amazônia, não apenas da preservação ambiental, mas de transformação do olhar sobre a floresta viva. Temos que trabalhar para que o fator ‘COP na Amazônia’ coloque a Amazônia como protagonista e, para isso, precisaremos de todos os parceiros que estiveram junto conosco até aqui”.

Participaram do evento os governadores e representantes da Amazônia Legal Gladson Cameli, governador do Estado do Acre; Wilson Lima, governador do Estado do Amazonas; Carlos Brandão, governador do Estado do Maranhão; Mauro Mendes, governador do Estado de Mato Grosso; Sérgio Gonçalves da Silva, vice-governador do Estado de Rondônia; e Edilson Damião, vice-governador do Estado de Roraima.

A realização da COP30 em Belém reúne, ainda, esforços em pesquisas sobre adaptação climática no Estado do Pará. O acordo, firmado na Semana do Clima de Nova York no ano passado, prevê a contribuição do IPAM e do Centro de Pesquisa Climática Woodwell nas políticas públicas estaduais com o mapeamento de riscos climáticos e formulação de propostas para implementação de soluções.

“O desenvolvimento sustentável para e com a Amazônia passa pelo reconhecimento da região como fundamental para o equilíbrio planetário, portanto, como prioridade na destinação de recursos financeiros internacionais para a mitigação e adaptação climática. O Consórcio tem levado este protagonismo para as instâncias de cooperação e o IPAM segue atuando como parceiro, para fornecer cada vez mais subsídios em favor da bioeconomia, da conservação, da transição energética e da descarbonização da economia com equidade para todos”, concluiu Gabriela Savian, diretora de Políticas Públicas do IPAM.

 

*Jornalista do IPAM, bibiana.garrido@ipam.org.br
Foto de capa: Consórcio da Amazônia Legal reúne, em documento, resultados da COP29 rumo à COP30 (Crédito: Gustavo Moreno)

 



Este projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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