A ampliação imediata do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros foi defendida no Congresso da União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN, em inglês). O evento aconteceu no Havaí e contou com a participação de representantes do governo, ONGs e sociedade civil. A pesquisadora sênior e diretora adjunta do IPAM, Ane Alencar, representou o Instituto.
“A ampliação do parque, de 65 mil hectares para 242 mil hectares, tem uma grande importância para a proteção do Cerrado. Aumentar a área de conservação resulta em incluir nascentes essenciais do bioma, representando um ganho significativo para os recursos hídricos”, afirma Alencar.
Confira abaixo o manifesto assinado pela comitiva brasileira.
Manifesto pela imediata ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
Os membros do Comitê Brasileiro da IUCN, juntamente com outras entidades brasileiras presentes no Congresso Mundial de Conservação da Natureza, que se realiza no período de 01 a 10 de setembro de 2016, no Havaí, recebeu com preocupação a notícia que o Governo do estado de Goiás pede mais seis meses de prazo para dar seu de acordo para a ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Reconhecido como Sítio do Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, Veadeiros corre o risco de perder esse status, devido as pressões à Unidade de Conservação na região, zona de forte expansão do agronegócio. A ampliação do Parque, proposta pelo Governo Federal, visa, entre outros aspectos, garantir a perpetuação desta categoria.
Assim, no âmbito desse Congresso o Comitê e demais entidades, assim como ocorrido nos últimos dias em manifestação da Coalizão Pró-UCs, demandam a imediata assinatura ao presidente Michel Temer para a ampliação viagrapillnow.com/ do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros dos atuais 65 mil hectares para 242 mil hectares.
A expansão dessa área aumentará a proteção da biodiversidade do Cerrado – um dos biomas mais diversos e menos protegidos do país, conservará recursos hídricos fundamentais para as áreas urbanas e rurais e ainda manterá intactas paisagens deslumbrantes para as futuras gerações. Além de ser considerado um caso de sucesso para o ecoturismo brasileiro, as atividades relacionadas ao Parque e sua zona de entorno, servem como fonte de renda e levam para a região mais desenvolvimento e alternativas econômicas sustentáveis para as populações locais.
O processo de ampliação do parque seguiu todos os ritos previstos em lei, incluindo audiências públicas em que a sociedade teve chance de se manifestar e influir no desenho final. Os estudos científicos que embasaram o decreto foram rigorosos e passaram pelo crivo jurídico da Casa Civil, última etapa antes da sanção presidencial.
Apesar de em eventos públicos, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) ter defendido a ampliação do parque, ressaltando os benefícios da medida para toda a sociedade, no dia 25 de agosto enviou ao Ministério do Meio Ambiente um ofício pedindo a prorrogação por mais 06 meses para que dê seu consentimento no avanço do processo de ampliação do Parque.
O prazo anteriormente estabelecido terminou na última segunda-feira, 5 de setembro, mas até o momento, nada foi resolvido. Este obstáculo pode arrastar por mais 180 dias a assinatura do Decreto Presidencial.