Nos últimos anos, o índice de desmatamento das florestas brasileiras tem reduzido significativamente, embora ainda esteja longe da meta de desmatamento zero, proposta pelo Greenpeace. Em nível global, o desfloramento também é preocupante: a cada dois segundos, uma área florestal do tamanho de um campo de futebol é derrubada por madeireiros.
Visando combater efusivamente a derrubada ilegal de matas, o Banco Mundial divulgou um novo relatório, no dia 20 de março, que classifica o estado atual do desmate no globo de epidemia. O documento Justice for Forests: Improving Criminal Justice Efforts to Combat Illegal Logging (Justiça para as Florestas: Melhoria dos Esforços da Justiça Criminal para Combater a Extração Ilegal de Madeira) propõe a utilização do sistema de justiça criminal para combater o desmate ilegal, punir a criminalidade organizada e descobrir e confiscar os lucros ilegítimos da extração ilícita de madeira.
A principal dica do relatório é, na verdade, uma máxima da investigação: siga o dinheiro. O documento afirma que para punir eficientemente as grandes facções criminosas as autoridades precisam olhar além dos criminosos que sujam as mãos e, como exemplo, cita um caso de maio de 2010, a retirada de madeira levou à prisão de 70 pessoas em Mato Grosso, incluindo servidores da Secretária estadual de Meio Ambiente e um ex-deputado.
Estratégias
Segundo estimativa do Banco Mundial, a extração ilegal em alguns países responde pela bagatela de 90% de toda a madeira extraída e gera um lucro entre US$10 e 15 bilhões por ano. O dinheiro, livre de impostos, acaba em poder das autoridades por outro meio: o suborno.
Em suma, o documento contém recomendações normativas e operativas para que estadistas, agentes florestais e policiais trabalhem juntos nas estratégias da justiça criminal contra a derrubada ilegal e façam melhor uso dos fluxos de informação financeira.
O Justice for Forest ressalta ainda que a maioria dos crimes florestais não é detectada nem relatada. Além disso, as estimativas de lucros ilegais gerados pela criminalidade florestal não captam seus enormes custos ambientais, econômicos e sociais aumento das emissões carbônicas, ameaças à biodiversidade e a subsistência das populações rurais.
Acesse o relatório completo (em inglês)
Fonte: Portal Eco Debate (www.ecodesenvolvimento.org.br/posts/2012/marco/banco-mundial-destaca-que-para-combater-o#ixzz1qVzOsZgR)