A Usina Hidrelétrica de Belo Monte representa, para muitos desempregados, a possibilidade de começar uma nova vida no Norte do país.
Atualmente, há cerca de 7,7 mil operários contratados diretamente pelo Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM). A previsão é atingir, em 2013, 21 mil trabalhadores nos canteiros de obras. Mas, enquanto esssas vagas não surgem, muitos desempregados estão em Altamira (PA) enfrentando problemas sérios para se manter.
Só nos arredores da rodoviária da cidade há mais de uma centena de pessoas dormindo nas ruas, em redes penduradas em postes e árvores. Ocupam até um matagal próximo. Um desses desempregados que alimentam a esperança de conseguir algum trabalho na usina é o eletricista Francisco das Chagas de Oliveira, de 42 anos. Ele deixou Teresina (PI) no dia 8 de janeiro para tentar, em Altamira, um emprego que ofereça um salário melhor do que os R$ 2.283 que recebia no Piauí.
O salário lá era bom, mas aqui posso ter a carteira assinada, disse ele, mostrando o local onde estende a rede para dormir. O eletricista espera ganhar, quando for contratado, pelo menos R$ 3 mil por mês. Quero juntar R$ 50 mil antes de voltar, sonha o eletricista.
Quando chegou em Altamira, Oliveira pagava R$ 30 para dormir em uma pensão da cidade. Nessa situação, a gente fica correndo e gastando o que tem. O dinheiro acabou e tive de começar a dormir aqui na rodoviária. A coisa realmente ficou crítica.
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