Desde 1988 os dados de desmatamento na Amazônia são disponibilizados gratuitamente no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações.
Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (DETER)
Desde 2004, o DETER possibilita a pesquisa dos alertas de desmatamento por municípios, áreas protegidas e bases operativas em formatos shapefile* e Kmz* do Google Earth. Esse sistema produz alertas diários sobre o desmatamento aos órgãos de controle e fiscalização.
Os relatórios com os dados do DETER são divulgados ao público geral mensalmente ou bimestralmente, mas para o Ibama são fornecidos diariamente. As imagens utilizadas são do sensor MODIS do satélite Terra e possuem resolução espacial de 250 metros. O DETER registra o corte raso (retirada completa da floresta nativa) e áreas de degradação progressiva.
As imagens do DETER são influenciadas pela cobertura de nuvens, o que pode impossibilitar a identificação de todos os desmatamentos. Assim, as análises de uma área desmatada devem sempre levar em conta a cobertura de nuvens do mês de análise.
Para mais informações sobre o Deter: www.obt.inpe.br/deter/
DETER-B
Nos últimos anos, o padrão de áreas desmatadas na Amazônia vem sendo alterado, com redução da sua dimensão. Atualmente, a maior parte dos polígonos de desmatamento mapeado pelo PRODES possui área unitária menor que 25 hectares. O projeto DETER, que utiliza imagem MODIS com 250 metros de resolução espacial, não é capaz de detectar este padrão de desmatamento. Assim, para auxiliar no monitoramento deste novo padrão é necessário usar imagens de melhor resolução espacial, que permitam identificar desmatamentos menores que 25 hectares.
O projeto DETER-B surge para atender esta demanda, pois identifica e mapeia, em tempo quase real, desmatamentos e demais alterações na cobertura florestal com área mínima próxima a 1 ha. Para isto, são utilizadas imagens dos sensores WFI, do satélite CBERS-4 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) e AWiFS, do satélite IRS (Indian Remote Sensing Satellite), com 64 e 56 m de resolução espacial, respectivamente.
Além disso, o DETER-B mapeia também degradação florestal e exploração madeireira.
Programa de Cálculo do Desmatamento da Amazônia (PRODES)
O PRODES executa o monitoramento da floresta amazônica brasileira também por satélite, mas com imagens de maior resolução do que o DETER (com resolução espacial de 30 metros). Esse projeto fornece as taxas anuais do desmatamento da Amazônia Legal* desde 1988.
As imagens utilizadas são do satélite Landsat, que detecta exclusivamente desmatamentos tipo corte raso superiores a 6,25 hectares. Os dados do PRODES são divulgados anualmente, tendo agosto como o mês de referência.
A metodologia PRODES e as taxas anuais mais recentes podem ser conferidas no link: www.obt.inpe.br/prodes/index.html
Mapeamento da Degradação Florestal na Amazônia Brasileira (DEGRAD)
Tratava-se de um sistema destinado a mapear áreas em processo de desmatamento onde a cobertura florestal ainda não foi totalmente removida.
O sistema utilizava imagens dos satélites Landsat e CBERS, com o objetivo de mapear anualmente áreas de floresta degradada e com tendência a ser convertida em corte raso. Assim como o PRODES, a área mínima mapeada pelo Degrad era de 6,25 hectares.
O programa foi substituído pelo Deter-B. Os dados de 2007 a 2013 podem ser acessados em http://www.obt.inpe.br/OBT/assuntos/programas/amazonia/degrad/acesso-ao-dados-do-degrad.
Projeto TerraClass
Parceria entre INPE e Embrapa, o projeto TerraClass tem como objetivo produzir mapas sistêmicos de uso e cobertura das terras desmatadas da Amazônia Legal. Como principal resultado, é possível entender a dinâmica de uso e cobertura da região.
Os dados “espacialmente explícitos” qualificam o desmatamento em 12 categorias, com destaque para: agricultura anual, área urbana, mineração, mosaico de ocupações, pasto (com solo exposto, limpo e sujo) e pasto com regeneração, reflorestamento e vegetação secundária, além de áreas não observadas e outros.
O download dos dados digitais resultantes do mapeamento pode ser feito no link http://www.inpe.br/cra/projetos_pesquisas/dados_terraclass.php.
Conheça o trabalho do IPAM de geoprocessamento para mapear o desmatamento na Amazônia
O IPAM utiliza dados de desmatamento desenvolvendo atividades que vão desde mapas únicos a análises mais robustas que ajudam a subsidiar projetos e políticas de combate ao desmatamento nos estados, municípios, assentamentos e áreas protegidas (terras indígenas e unidades de conservação).
Além disso, também é parte do projeto Mapbiomas, iniciativa multi institucional envolvendo universidades, ONGs e empresas de tecnologia que se uniram para contribuir com o entendimento das transformações do território brasileiro a partir do mapeamento anual da cobertura e uso do solo no Brasil.
*Shapefile é um formato popular de arquivo contendo dados geoespaciais em forma de vetor usado por Sistemas de Informações Geográficas também conhecidos como SIG
*KMZ são arquivos muito similares aos arquivos ZIP. Eles permitem que você empacote vários arquivos juntos, comprimindo o conteúdo para tornar o download mais rápido.
*Amazônia Legal é uma área que engloba nove estados brasileiros (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do estado do Maranhão) pertencentes à bacia amazônica e, consequentemente, possuem em seu território trechos da floresta amazônica.