Representantes de pelo menos 155 países, inclusive o Brasil, são esperados na sede da ONU neste sábado (22) para ratificar o Acordo de Paris, sobre redução global da emissão de gases estufa definido na 21ª Conferência do Clima (COP21).
Pela primeira vez, todos os países do mundo concordam em agir contra as mudanças climáticas, tendo como objetivo de longo prazo estabilizar a temperatura da Terra abaixo de 2oC e fazendo esforços para limitá-la a 1,5oC, valor compatível com a existência de vários países e populações vulneráveis.
Na COP 21, o Brasil apresentou sua intenção de reduzir suas emissões em 37% até 2025 e 43% até 2030, em relação aos níveis registrados em 2005. “Com a ratificação, o acordo deixa de ser uma ideia e passa a ser um compromisso”, afirma o diretor executivo do IPAM, André Guimarães. “Depois desse evento, e a despeito do momento político interno, o Brasil terá a missão de transformar esse compromisso em decisões políticas.”
O plano do Brasil é dividido nos setores de mudanças de uso do solo, energia e agricultura. “Nosso país dará um passo importante ao assumir esse compromisso. Ele é o começo de uma discussão que precisa ser ainda mais ambiciosa, de forma que o desmatamento seja zerado e o Brasil possa contribuir efetivamente para o controle das mudanças climáticas”, explica o diretor.
Transformação
Esse é um momento chave para que as promessas feitas no encontro da capital francesa se tornem realidade. Outro foi uma reunião realizada na sexta-feira (15), promovida pelo Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), sobre como promover uma economia global de baixo carbono.
“Reduzir a emissão de gases estufa tem um custo. Pode ser um filtro em uma fábrica, um equipamento mais eficiente, a redução do desmatamento ou a decisão de não explorar um recurso poluente. Esse debate sobre o valor do carbono está associado ao custo de se fazer essa renovação das atividades humanas, de maneira em que elas emitam menos carbono, portanto causem menos dano ao planeta”, diz Guimarães. “Há muitas oportunidades e investimentos surgindo nessa área.”
Ouça abaixo a entrevista que o diretor-executivo do IPAM, André Guimarães, concedeu à Rádio Nacional da Amazônia sobre o assunto: