Bioeconomia: pesquisa aponta modelo de resiliência ambiental na panamazônia

9 de maio de 2024 | Notícias

maio 9, 2024 | Notícias

Por Camila Santana e Mariana Abuchain*

O IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) apresentou a pesquisa “Bioeconomia e Sociobiodiversidade Amazônica: um potencial eixo de integração dos países da panamazônia”. O estudo, em parceria com o IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura), traz recomendações e instrumentos que pretendem amparar essas ações e políticas na região. O lançamento foi nesta quarta-feira (08/05) e contou com a presença de representantes de 24 instituições.

Apresentada como uma janela de oportunidade para a região, a bioeconomia ganhou espaço e relevância em diversos setores que visam a transição do modelo produtivo atual. Nesse sentido, a bioeconomia é entendida como base econômica para materiais, produtos químicos e energia que são derivados de recursos biológicos renováveis.

A diretora adjunta de pesquisa do IPAM, Patrícia Pinho, ressaltou durante o lançamento que a bioeconomia pode ser um instrumento para apoiar a mudança de paradigmas de um desenvolvimento sustentável, que traga resiliência ambiental e ecológica. “É emblemático lançarmos este estudo em um momento que vemos o Rio Grande do Sul sofrer impactos de uma crise climática sem precedentes no estado. Uma crise que se tornou também humanitária”, comentou.

Pinho ressaltou a importância da Amazônia e como a bioeconomia apresenta-se na região como alternativa sustentável. A diretora lembrou que 10 milhões de pessoas na Amazônia têm sofrido de dois a três eventos climáticos extremos. “Secas que ocorriam a cada 100 anos estão retornando de três a cinco anos”, relatou.

A presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Silvia Massruhá, destacou a relevância do estudo do IPAM. “Em menos de um ano, tivemos um enorme avanço [por meio do estudo] sobre a questão da bioeconomia e sociobiodiversidade na Amazônia. Agora devemos nos organizar na integração dos países panamazônicos”, disse ela, acrescentando que o trabalho pode auxiliar as instituições nesta tarefa.

“Ao mesmo tempo em que a bioeconomia na panamazônia deve ser tratada sob uma perspectiva territorial e de paisagem, deve ser vista também sob a ótica da construção de políticas públicas e estruturas de governança, de iniciativas privadas e da sociedade civil, que fomentem o potencial e o desenvolvimento das práticas bioeconômicas na região”, apontou a pesquisadora do IPAM e coordenadora do estudo, Olivia Zerbini.

Benefícios ecológicos, sociais e climáticos

Segundo Patrícia Pinho, a bioeconomia já está se consolidando em diferentes regiões da panamazônia. Para ela, é fundamental que haja uma ação inclusiva, participativa, coordenada e integrada entre os países amazônicos. “O envolvimento de atores diversos garante não apenas a regulamentação e geração de dados, mas também a criação de um contexto que assegure o desenvolvimento sustentável ambiental, social e economicamente em um cenário de crise climática”, explicou.

O estudo pode ser acessado aqui.

Participaram do evento o gerente de inovação e bioeconomia do Organização do  Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Hugo Chavarria; a diretora executiva do Tratado de Cooperação da Amazônica (OTCA), Vanessa Grazziotin; a presidente da EMBRAPA, Silva Massruhá; a secretaria de Bioeconomia, Carina Pimenta do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA); a coordenadora geral de sociobiodiversidade do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Tarcila Portugal; o secretário adjunto de gestão e recursos hídricos e clima do Governo do Estado do Pará – Secretaria do Meio Ambiente, Raul Protázio Romão; e o secretário executivo do Consórcio da Amazônia Legal, Marcelo Brito.

A elaboração do documento foi coordenada por Patrícia Pinho (IPAM) e Gabriel Delgado (IICA) e contou também com a participação de Olivia Zerbini (IPAM), Ariane Rodrigues (IPAM), Hugo Chavarría (IICA), Cristina Costa (IICA), Edwin Prado (IICA), Paulo Moutinho (IPAM) e Christian Fischer (IICA).

*Analista de comunicação e estagiária do IPAM



Este projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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