Mapeamento das diferentes formações de vegetação nativa do Cerrado nos últimos 30 anos

2 de outubro de 2019

out 2, 2019

Vera Arruda, Camila Balzani, Ane Alencar, Felipe Lenti, Julia Shimbo, Carol Nóbrega

O Cerrado é o segundo maior bioma sul-americano e a savana mais rica e ameaçada do mundo. Caracterizado por um mosaico de formações vegetais naturais (florestas, savanas e campos) com influência da sazonalidade climática, a classificação desse bioma por imagens de satélite é de alta complexidade. Neste trabalho, apresentamos uma estratégia de classificação de imagens de satélite para mapear anualmente os três principais tipos de vegetação do Cerrado baseada na computação em nuvem usando a plataforma Google Earth Engine. Utilizando imagens Landsat dos últimos 30 anos, selecionamos pixels sem nuvem dentre as imagens disponíveis e extraímos 46 métricas espectrais que explicam o comportamento do pixel em cada ano de 1985 a 2017. A classificação foi realizada por aprendizado de máquina na forma do algoritmo Random Forest, usando 18.000 amostras sorteadas em cada formação nativa, e aplicação de técnicas de pós-classificação como filtros espacial e temporal. Ao longo de três décadas, a vegetação nativa no Cerrado diminuiu de 136 para 112 Mha (com 55% de áreas naturais remanescentes em 2017). A classe Savana predomina no bioma e apresentou a maior mudança em área, com 15,6 Mha convertidos em agropecuária, enquanto a classe Floresta perdeu 9,3 Mha. Como o Cerrado possui apenas 7,8% de sua cobertura em áreas protegidas, é imprescindível identificar áreas críticas de perda de vegetação nativa como estratégia para deter o desmatamento e garantir a persistência de paisagens naturais representativas em regiões com alta pressão de conversão.

 

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Este projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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