Em 2024, a Amazônia enfrenta uma das secas mais severas já registradas, exacerbando uma crise ambiental já alarmante na região. A combinação de níveis de precipitação extremamente baixos e temperaturas elevadas juntamente com o uso descontrolado do fogo ligado a atividades agropecuárias, está criando condições ideais para a ocorrência de incêndios florestais, que se espalham rapidamente e de maneira descontrolada.
Tradicionalmente utilizado para limpar áreas de pastagens e áreas recém-desmatadas, o fogo, em tempos de seca extrema, foge facilmente ao controle, resultando em incêndios de grandes proporções que destroem vastas áreas de floresta e outros tipos de vegetação nativa. Também há aqueles incêndios criminosos, nos quais há a intenção de deixar o fogo se espalhar. De qualquer maneira, o uso do fogo aliado à seca, não apenas intensifica o risco de incêndios, mas também compromete a saúde dos ecossistemas da Amazônia, reduzindo a umidade do solo e das plantas, o que torna ainda mais difícil o seu combate. Este cenário é um reflexo das mudanças climáticas globais e da contínua degradação ambiental que a Amazônia tem sofrido, colocando em risco um dos biomas mais importantes do planeta, além de agravar a vulnerabilidade das comunidades que dependem desses recursos naturais.
Nesta nota técnica, apresentamos uma análise detalhada dos dados do Monitor do Fogo, iniciativa da rede MapBiomas coordenada pelo IPAM, referentes ao período de janeiro a agosto de 2024, com um foco especial no mês de agosto, que se destacou como um dos mais críticos em termos de incidência de queimadas. Nosso objetivo é identificar e comparar as áreas afetadas em relação aos anos anteriores, com ênfase nos tipos de uso e cobertura do solo, além das categorias fundiárias mais impactadas.