O artigo analisa como uma organização indígena pluritétnica (a Coordinadora de las Organizaciones Indígenas de la Cuenca Amazónica – COICA) atua nas negociações internacionais do clima e faz-se ouvir em espaços políticos regidos por regras e lógicas não-indígenas, nos quais observam-se limitações significativas para o estabelecimento de um diálogo interétnico efetivo. Para realizar esta análise, foi feita uma pesquisa entre 2013 e 2015 a partir de documentos, revisão bibliográfica e trabalho de campo em reuniões da COICA e da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP). O exemplo apresentado neste artigo é o da proposta de “REDD+ Indígena Amazônico” da COICA. Os representantes indígenas que participam das COP realizam um trabalho de tradução e mediação de noções de suas cosmovisões e outras visões de mundo não-indígenas, a fim de comunicar de maneira inteligível as mensagens que querem transmitir em espaços que não foram construídos para acolher tal diversidade. Ao fazer isso, estes indígenas são capazes de influenciar processos de tomada de decisão e garantir direitos e benefícios para os povos que representam.
Evento científico debate agricultura e conservação na Amazônia e no cerrado
Representantes de universidades do Brasil e dos Estados Unidos, sociedade civil e setor privado se reuniram em Brasília, em 2 e 3 de maio de 2017, para discutir um dos maiores desafios da atualidade: como conciliar a produção de alimentos, a integridade ambiental e as mudanças climáticas.