O artigo analisa como uma organização indígena pluritétnica (a Coordinadora de las Organizaciones Indígenas de la Cuenca Amazónica – COICA) atua nas negociações internacionais do clima e faz-se ouvir em espaços políticos regidos por regras e lógicas não-indígenas, nos quais observam-se limitações significativas para o estabelecimento de um diálogo interétnico efetivo. Para realizar esta análise, foi feita uma pesquisa entre 2013 e 2015 a partir de documentos, revisão bibliográfica e trabalho de campo em reuniões da COICA e da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP). O exemplo apresentado neste artigo é o da proposta de “REDD+ Indígena Amazônico” da COICA. Os representantes indígenas que participam das COP realizam um trabalho de tradução e mediação de noções de suas cosmovisões e outras visões de mundo não-indígenas, a fim de comunicar de maneira inteligível as mensagens que querem transmitir em espaços que não foram construídos para acolher tal diversidade. Ao fazer isso, estes indígenas são capazes de influenciar processos de tomada de decisão e garantir direitos e benefícios para os povos que representam.
Cenários de perda da cobertura florestal na área de influência do Complexo Hidroelétrico do Tapajós
Apresentação feita pela pesquisadora Ane Alencar, do IPAM, em audiência pública realizada em Santarém, (PA) sobre a implantação do complexo. Ela traz um resumo de projeções conduzidas pelo instituto sobre o desmatamento na região com a construção de dez hidrelétricas previstas.