André Guimarães, diretor executivo do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), participou, nesta quinta-feira (21), em Bogotá, Colômbia, de um encontro com representantes de 20 organizações da sociedade civil colombianas para apresentar o Plano de Ação da COP30. A Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas será em novembro em Belém (PA).
O documento vem sendo construído, inclusive com a participação da sociedade civil brasileira, para servir como um legado da COP e apresentar soluções, baseadas no Balanço Global (GST, na sigla em inglês), voltadas à implementação de medidas já existentes que aceleram a redução da emissão de gases poluentes na atmosfera.

Encontro, em Bogotá, reuniu instituições da sociedade civil que demonstraram interesse em participar das discussões sobre a agenda climática (Paula Alvarez Gaitan/CI Colômbia)
“Foi uma reunião extremamente produtiva. O que mais me impressionou foi o engajamento e a vontade da sociedade civil colombiana de participar efetivamente da agenda climática”, afirmou André Guimarães, também Enviado Especial da COP30 para a Sociedade Civil. “Tanto para corrida até Belém, quanto pós Belém, nós vamos ter que continuar sintonizados e dedicados a continuar implementando a agenda, apesar de todas as dificuldades geopolíticas e incertezas, mas o fato concreto é que o clima continua mudando e a gente tem que agir”.
Mecanismos financeiros
Durante a Cúpula dos Países Amazônicos, em Bogotá, foram apresentados também alternativas de financiamento climático que serão debatidas na COP30, como o TFFF, o Fundo Floresta Tropical para Sempre, que concederá incentivos aos países que adotem ações para prevenir o desmatamento e a degradação de florestas.
“Um aspecto que achei muito interessante foi que a presença maciça de grupos indígenas, apoiando o TFFF. Claro, tem seu interesse direto, que são aqueles 20% que serão alocados para as populações indígenas, mas o apoio desses grupos é extremamente importante para se conseguir capitalizar e botar em operação esse ambicioso mecanismo financeiro”, avaliou André Guimarães.
O financiamento climático tem sido o principal desafios das Conferências do Clima e ainda segue distante de um acordo para se chegar aos 1,3 trilhão de dólares por ano. Por isso, a necessidade de se encontrar outros caminhos.
“TFFF, REDD+, financiamento direto, compensações, investimentos, são mecanismos de conservação de florestas, que permitam a gente mudar o paradigma de uma floresta deitada valer mais do que uma floresta em pé”, pontuou.
Balanço Ético
Em Bogotá, o governo brasileiro divulgou o Balanço Ético Global (GES, na sigla em inglês), que trará, a partir de uma abordagem ética, as ações que ainda precisam ser implementadas em prol das mudanças do clima, respeitando conhecimentos da ciência e de povos e comunidades tradicionais, e alinhadas à meta do Acordo de Paris de reduzir em 1,5ºC a temperatura média do planeta, comparada aos níveis pré-industriais.