Amazoniar: como alcançar uma produção e um consumo sustentáveis

19 de fevereiro de 2021 | Notícias

fev 19, 2021 | Notícias

Lays Ushirobira*

O quinto episódio da série on-line Amazoniar: Estabelecendo um diálogo entre Brasil e Europa sobre a Amazônia, abordou os caminhos fundamentais para alcançar uma produção e um consumo sustentáveis. O episódio foi exibido na quinta-feira (18) e está disponível no canal do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) no YouTube.

Por ser um dos maiores exportadores de commodities e de produtos originais da região amazônica, o Brasil tem um protagonismo essencial na temática do comércio internacional e ambiental sustentável – é o que defende a analista regional para América Latina da TFA (Tropical Forest Alliance), Andrea Werneburg.

A analista ressalta que o país possui 40% das florestas mundiais. “Obviamente, o Brasil e a América Latina querem crescer economicamente (…), mas a visão é de não o fazer às custas do meio ambiente. Há formas de se desenvolver integradamente, temos conhecimento e experiências que nos auxiliam nesse sentido”, explica.

O diretor executivo do IPAM e moderador da conversa, André Guimarães, salientou os diferenciais que alguns produtos tradicionalmente amazônicos podem oferecer para a conservação. “É importante entender que, ao pagar um valor que pode se considerar alto pelo açaí ou pela castanha, esse custo a mais também significa que aquele processo de produção tem como resultado a floresta em pé”. Segundo ele, é necessário posicionar esses itens junto aos consumidores nacionais e internacionais, de modo a valorizar e incentivar a produção comunitária sustentável.

Há anos trabalhando com projetos voltados para a produção responsável junto à agricultores familiares e extrativistas da Amazônia, a diretora adjunta de Desenvolvimento Regional e pesquisadora do IPAM, Lucimar Souza, evidenciou as dificuldades que esses grupos enfrentam para que seus produtos cheguem ao mercado.

“Há desafios de infraestrutura, como a qualidade da água, energia elétrica, estradas, além de um mercado que até pode estar aberto para esses produtos, mas quer volume de produção” explica a pesquisadora. Para ela, a busca de soluções passa, imprescindivelmente, pela assistência técnica.

Para Andrea Werneburg, enxergar o potencial que existe na Amazônia em relação aos serviços ecossistêmicos que a floresta presta para o mundo, faz parte da solução. “Devemos considerar nossas riquezas de recursos como um ativo financeiro de fato (como o carbono) e, quem sabe, trazer esse investimento para auxiliar as cadeias produtivas, resolvendo problemas como esses citados pela Lucimar, por exemplo” finaliza.

Acompanhe o episódio:

 

*Jornalista e consultora de comunicação do IPAM



Este projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Saiba mais em brasil.un.org/pt-br/sdgs.

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