PERU Desta vez foi a cidade de Puerto Maldonado, na Amazônia Sul do Peru, que recebeu a equipe do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia para a realização de mais um curso de Noções Básicas de Geoprocessamento.
Os técnicos do IPAM de Rio Branco cruzaram a fronteira para capacitar diferentes profissionais e estudantes peruanos no uso desta ferramenta. O evento aconteceu entre os dias 13 e 15 de julho, e veio, primeiro, para atender à demanda do Serviço Nacional de Sanidade Agrária (SENASA) de Puerto Maldonado, capital do departamento de Madre de Dios – região que faz divisa com o estado do Acre, no Brasil.
Estamos fortalecendo nossas capacidades institucionais através desta parceria com o IPAM. Este curso deixará nossa equipe mais preparada para trabalhar no planejamento e na gestão do território. Nossa meta é estabelecer uma zona livre de pragas e doenças, favorecendo o intercâmbio comercial dos produtores agropecuários e a segurança alimentar na região fronteiriça, explica Armando del Castillo, diretor executivo do SENASA, órgão público peruano que mantém o sistema de vigilância fito e zoossanitário do país.
Com o geoprocessamento, vamos trabalhar na prevenção de novas doenças que estão surgindo em decorrência dos efeitos da mudança climática, e também pelo aumento do trânsito de pessoas e mercadorias gerado pelo recente asfaltamento da estrada Interoceânica, ressalta Castillo, referindo-se a rodovia que liga as cidades de Rio Branco e Puerto Maldonado.
Durante os três dias de curso, os alunos conseguiram aplicar a teoria apresentada pelo IPAM, e elaboraram um mapa com as informações coletadas pelos profissionais da saúde através do Sistema de Posicionamento Global, ou, como é popularmente conhecido, GPS. Nossa finalidade é determinar a trajetória do vírus da raiva bovina e criar uma estratégia de vacinação nos animais da região, explica o médico veterinário do SENASA, Miguel Cadenas.
O curso foi realizado nas dependências da Faculdade de Ciências Florestais e Meio Ambiente, da Universidade Nacional de San Antonio Abad del Cusco. Alguns alunos e professores da instituição de ensino e outras instituições governamentais e não governamentais também participaram, deixando expresso que querem mais. Seria interessante que o IPAM nos visitasse novamente para realizar outros cursos da área de meio ambiente. Gostaríamos, por exemplo, de saber mais sobre o mecanismo internacional REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), propõe o engenheiro florestal e professor Benjamín Chambi.
A engenheira florestal do IPAM, Elsa Mendoza, concorda com o professor na idéia de que o trabalho não deve parar por aqui: Este curso básico servirá como base para os técnicos, mais pra frente, utilizarem programas mais sofisticados e elaborarem modelos de uso da terra mais completos.
Ministrado pela engenheira agrônoma Sonaira Souza,o curso foi realizado com recursos do Projeto Promovendo Parcerias para a Conservação de Florestas e Desenvolvimento Sustentável na Amazônia. O projeto é uma parceria entre o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, a Universidade Federal de Minas Gerais e o instituto americano The Woods Hole Research Center, com financiamento da Fundação Moore.
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