Suellen Nunes*
Contribuir para assegurar água de qualidade e proteger rios, igarapés e aquíferos do Pará foi o foco do II workshop “Construindo bases para a revisão do PERH/PA” (Plano Estadual de Recursos Hídricos), realizado nos dias 11 e 12 de dezembro, em Belém. O encontro reuniu pesquisadores, gestores públicos e especialistas, em uma parceria entre o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e a SEMAS (Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará).
O principal objetivo do projeto é preparar gestores para atualizar estratégias que enfrentam novos desafios, como mudanças climáticas e avanço do desmatamento, além de fortalecer políticas públicas voltadas ao uso sustentável da água. Na prática, a iniciativa contribui para promover água de qualidade, reduzir conflitos entre diferentes usos, apoiar comunidades ribeirinhas e indígenas, proteger ecossistemas aquáticos e preparar o Estado para eventos climáticos extremos, como secas e enchentes.

A elaboração do plano levou cinco anos e contou com consultas públicas em quatro cidades polo, Belém, Santarém, Altamira e Marabá, garantindo a participação de diferentes regiões do Estado.
Segundo Rafaella Silvestrini, pesquisadora de Ciência do IPAM, a iniciativa é estratégica. “Mesmo em uma região com grande disponibilidade de água, o crescimento populacional e econômico tem gerado pressões significativas sobre a qualidade dos corpos hídricos. Agir agora é essencial para minimizar os impactos sobre os recursos hídricos e criar condições para que, no futuro, seja possível assegurar a segurança hídrica da população e a conservação da biodiversidade amazônica.”, explica.

Hoje, o Plano contempla cinco grandes programas, desdobrados em 32 subprogramas e 138 ações detalhadas, voltadas a fortalecer a proteção dos corpos d’água, promover o uso responsável da água e aprimorar os processos de monitoramento e controle hídrico.
Para Luciene Chaves, diretora de Recursos Hídricos da SEMAS, o objetivo é que o PERH/PA vá além de um documento técnico. “Precisamos que ele seja um instrumento dinâmico, capaz de responder às demandas presentes e futuras da gestão da água no estado. Ao reunir diferentes conhecimentos e perspectivas, fortalecemos o processo de revisão e ampliamos o potencial do Plano de dialogar com outras políticas ambientais, climáticas e de desenvolvimento sustentável coordenadas pela Secretaria.”, afirma.
Analista de comunicação do IPAM*


