Por Nikole Cantoara*
Conciliar a biodiversidade junto à geração de renda para produções familiares locais é um dos pilares para garantir a conservação da Amazônia e o uso múltiplo da floresta. Para orientar e incentivar práticas sustentáveis na produção do açaí e castanheiras, o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) realizou, entre os dias 10 a 12 de dezembro, uma segunda oficina na reserva extrativista do Rio Cajari, no Amapá.
O curso, que contou com a parceria da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade), apresentou metodologias divididas entre teoria e prática, com a implementação de uma URT (Unidade de Referência Tecnológica), onde os participantes puderam aprender desde a importância do manejo sustentável, tipos de manejo (madeireiro e não madeireiro), inventário florestal, reconhecimento de variáveis espécies e intervenções de manejo florestal.
Durante a capacitação, foram plantadas mudas de castanheiras da amazônia e mecanismos utilizados para o reflorestamento e recuperação de áreas degradadas foram apresentados. “A renovação e o plantio de novas castanheiras torna o castanhal mais resiliente e adaptado às mudanças do clima”, explica Marcelino Guedes, pesquisador da Embrapa e ministrante do curso.
Embasado em conhecimento técnico junto aos saberes tradicionais das comunidades, o aprendizado demonstrou que é possível aliar produtividade à conservação florestal. “A produção e o manejo sustentável focam em técnicas que aumentam a produtividade das florestas, combatem as mudanças climáticas e mantém a floresta em pé”, afirma Anderson Firmino, pesquisador do IPAM e ministrante do curso.
“Ao aprender a respeito de técnicas de manejo de baixo impacto e aplicá-las nos açaizais, pudemos entender e atuar ativamente na conservação da floresta, além de garantir nosso sustento e fortalecer cada vez mais a autonomia de nossas comunidades’’, relata Thais Lacerda, participante do curso.
*Estagiária de comunicação


