O IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) avalia como positiva a redução do desmatamento na Amazônia e no Cerrado em 2025, mas afirma que o modelo de desenvolvimento precisa mudar para evitar a volta da perda de florestas. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (30) pelo Prodes, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Entre agosto de 2024 e julho de 2025, a Amazônia teve uma queda no desmatamento de 11,08% (5.796 km²) em relação ao mesmo período anterior. Esta é a terceira menor taxa da série histórica, que teve início em 1988.
No Cerrado, a queda do desmatamento para o período foi de 11,49% (7.235,27 km²). Segundo o órgão, foi evitada a emissão de 733,9 milhões de toneladas de CO2e por desmatamento na Amazônia e no Cerrado desde 2022.
Para o IPAM, os resultados refletem um esforço coletivo entre governo, sociedade civil, além de povos e comunidades tradicionais, em especial às vésperas da Conferência do Clima, COP30, no Brasil; mas reforça a necessidade de manter o empenho no combate ao desmatamento.
“Já vimos o desmatamento cair drasticamente em outros momentos e, tempos depois, voltar a subir. Por isso, devemos estar atentos e unir esforços para que isso não se repita. É imperativo ampliar e manter ações de comando e controle, mas também é chave investir no desenvolvimento de modelos de produção mais sustentáveis, que pressupõem a floresta em pé, além de sistemas que remuneram os serviços ecossistêmicos que a vegetação nativa nos presta. Só assim o desmatamento ficará em definitivo no passado”, afirma André Guimarães, diretor executivo do IPAM.
“A queda do desmatamento mostra que, quando o governo quer, consegue proteger a floresta e reduzir suas emissões. O desafio, agora, é transformar esse resultado em compromisso permanente de Estado, independentemente de ciclos políticos. Ainda, é essencial ir além do corte raso e reduzir também o fogo e a degradação porque não basta manter a floresta em pé, é preciso mantê-la viva”, reforça Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM.