O olhar afiado e o compromisso com a busca de soluções para o clima alçaram Ludmila Rattis, pesquisadora do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e do Centro de Pesquisa em Clima Woodwell, à lista dos 100 latinos mais comprometidos com a ação climática de 2025. O reconhecimento foi feito pela organização Sachamama e parceiros aos líderes que impulsionam soluções, promovem a sustentabilidade e agem em relação à crise climática. O anúncio ocorreu na última sexta-feira (24), Dia Internacional da Ação Climática.
“Construir um futuro sustentável depende de nossa capacidade coletiva de agir com visão, resiliência e comprometimento. Obrigado por fazer parte desta rede de líderes que estão transformando a realidade e parabéns por fazer parte do 100Latinos2025”, anunciou a instituição.
“Quando olho para a força de tanta gente incrível que enfrenta a crise climática na América Latina, sinto, ao mesmo tempo, honra e responsabilidade de estar entre os 100 Latinos Mais Comprometidos com a Ação Climática em 2025. Com muita emoção, lembro de Bruno Pereira [indigenista assassinado em 2022 na Amazônia] e de tantas pessoas que perderam a vida nessa batalha de muitas frentes, no território, na política e na ciência”, declarou.
Ludmila Rattis é doutora em Ecologia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), com período de doutorado sanduíche na Carleton University, Ottawa, Canadá, com bolsa Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior); mestre em Entomologia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP (Universidade de São Paulo) em Ribeirão Preto e bióloga pela UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais).
Atualmente, no IPAM, ela lidera o projeto Galo (Global Assessment from Local Observations), que investiga a relação entre a agricultura e a preservação de vegetação natural dentro dos biomas Amazônia e Cerrado. “Pelo lado científico, esse reconhecimento só existe graças à equipe extraordinária do projeto Galo, que me inspira e sustenta todos os dias. Também agradeço profundamente ao ensino público brasileiro e às políticas de incentivo às parcerias internacionais, especialmente entre 2010 e 2018, que ampliaram meu horizonte e determinaram a abrangência da minha atuação”, afirmou. “Que este reconhecimento se converta em trabalho concreto: mais pontes, mais escuta e mais resultados para quem protege e para quem produz”.