Organizações do Brasil e da China se reuniram em evento online nesta terça, 16, para reforçar a cooperação no âmbito da pesquisa científica ambiental com vistas à COP30. Representantes dos dois países discutiram possibilidades para o avanço, durante e depois da conferência, no trabalho conjunto pela conservação e pelo desenvolvimento sustentável.
Mais de 40 instituições estiveram presentes, incluindo o terceiro setor, universidades, ONGs e institutos de pesquisa do Brasil e da China. O evento também contou com a exibição de mensagens em vídeo de Ana Toni, diretora executiva da Presidência da COP30, e de Yang Jun, diretor do Centro de Educação Ambiental e Comunicação do Ministério de Ecologia e Meio Ambiente da China.
“Estamos emocionados em nos conectar novamente para continuar as conversas que iniciamos em junho, pessoalmente, em visita às instituições chinesas em Pequim, Xangai e Hangzhou. Encontros como este são oportunidades para aprofundarmos a cooperação científica Brasil-China em prol da conservação da natureza e do desenvolvimento sustentável”, disse André Guimarães, diretor executivo do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), na abertura do evento.
Captura de tela durante o evento, que contou com representantes de mais de 40 instituições do Brasil e da China
Atuando como enviado especial da Presidência da COP30 para a sociedade civil, ele acrescentou: “A menos de dois meses da COP30, as soluções de ambos os países estão ganhando mais atenção no debate climático mundial. É nosso papel contribuir, com recomendações baseadas na natureza, na tecnologia e na ciência, para que Brasil e China continuem na liderança do enfrentamento à mudança do clima”.
Zhou Fei, chefe de Programas do WWF China, também saudou os participantes no início da programação. “Este é um diálogo de coração para coração. Devemos elevar a colaboração multi-stakeholder e as sinergias entre os setores, sugerindo as melhores práticas para a transformação da cadeia global de suprimentos. As mudanças climáticas são um desafio para a humanidade, e Brasil e China devem apresentar soluções no âmbito da cooperação Sul-Sul. A COP30, nesse sentido, não é apenas uma conferência do clima, mas uma oportunidade histórica. Portanto, a realização deste encontro tem um timing perfeito para unir parcerias nos dois países”, afirmou.
Ainda nas falas iniciais do evento, Isabel Nepstad, CEO da BellaTerra, lembrou a Missão China das organizações ambientais brasileiras ao país em junho de 2025. Em visita ao país asiático, representantes de seis organizações do Brasil se reuniram com universidades, ONGs, associações e entes do governo chinês. “A realização deste evento mantém o ritmo das ações entre organizações do Brasil e da China e para nós, da BellaTerra, é uma alegria fazer parte deste processo. Estamos ansiosos para contribuir em mais trocas”, comentou.
Depois de apresentações institucionais sobre Belém, a programação seguiu para discussão aberta na qual participantes compartilharam ideias e planos de eventos na COP30 que irão abordar a relação Brasil-China no contexto ambiental. Para além da conferência, o grupo também levantou possibilidades de ações futuras, com vistas a 2026 e além, para o desenvolvimento de trabalhos e pesquisas conjuntas.
O evento “COP30 and Beyond: Brazil-China Sustainable Pathways” foi organizado pelo IPAM em parceria com ICV (Instituto Centro de Vida), Plataforma Cipó, Instituto O Mundo Que Queremos e Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).
Foto de capa: Bandeiras do Brasil e da China durante workshop com organizações dos dois países, realizado em Pequim, em junho de 2025 (BellaTerra/Reprodução)
